PM irá instaurar sindicância contra major para apurar denúncia de estupro

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A Corregedoria da Polícia Militar informou, através de nota, que irá instaurar uma sindicância investigatória contra o major da PM de Mato Grosso, Thiago Vinicius Pinheiro da Silva, que atualmente ocupa o cargo de subsecretário da Casa Civil do Distrito Federal, em Brasília. A denúncia foi feita no sábado (9), na Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (DEAM) e aponta que ele teria enforcado a agredido a mulher durante o sexo.

A Polícia Militar de Mato Grosso informou que, até a manhã desta quarta (13), não foi informada oficialmente pelo ocorrido. Destaca ainda que por se tratar de violência doméstica será realizada uma sindicância investigatória com a chegada dos documentos.

Ainda conforme a corporação, caso haja demora na chegada da denúncia, pode-se instaurar sindicância com base na divulgação dos meios de comunicação.

A suposta vítima, uma servidora de 30 anos, procurou a Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam) para dar detalhes do relacionamento de dois anos que manteve com o suspeito. O término da relação se deu na quarta-feira (06).

Essa é a primeira vez que ela o denuncia. A mulher relatou que o integrante do segundo escalão do Governo do Distrito Federal sempre teve perfil agressivo, mas piorou após o rompimento, pois ele não aceitava a separação.

Na ocorrência, a mulher narra que, no dia do término, teria sido estuprada e agredida. Conta que o homem foi ao apartamento dela chamando-a para ir a um bar. Mesmo sem querer ir, segundo ela, acabou obrigada. O casal teria voltado ao apartamento da vítima por volta de meia-noite. Ela detalha que, ao chegar em casa, o companheiro ficou muito agressivo e praticou a violência sexual.

Diante da situação, a servidora diz ter tomado coragem e o expulsou do imóvel. Após o fim do namoro, a denunciante diz que ele passou a ir ao prédio. Na delegacia, ela fez o requerimento de medidas protetivas e passou por exames no Instituto Médico Legal (IML).

O 1º Juizado de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher proibiu o subsecretário de ter contato com a servidora por qualquer meio de comunicação, de se aproximar dela, da família, testemunhas e amigos, fixando um limite mínimo de 300 metros de distância. Além de ser impedido de frequentar determinados lugares a fim de preservar a integridade física e psicológica da denunciante. O descumprimento das medidas pode resultar na prisão em flagrante dele.

Ciúmes

Ainda de acordo com a denúncia, o militar seria extremamente ciumento, possessivo, manipulador e violento. A mulher detalhou que o ex costuma ter acessos nervosos e passa a quebrar objetos, bater as portas com força e grita muito. Acrescentou que ele faz uso de bebida alcoólica e que costuma ficar muito alterado.

Segundo depoimento dela, durante o relacionamento foi agredida fisicamente e moralmente por diversas vezes, mas, até então, nunca teve coragem de denunciá-lo. Ainda de acordo com o relato, as agressões teriam começado de forma gradativa. A suposta vítima conta que após os episódios de violência, o homem ficava amável, pedia desculpas e forçava uma situação sexual.

Outro lado

Ao Metrópoles, o major confirmou que conhece a vítima, mas destacou se tratar de um relacionamento casual. Disse que esteve na casa dela na quarta-feira (06), quando os dois tiveram relação sexual de forma consentida. Negou qualquer ato criminoso de estupro ou agressão física.

Se defendeu dizendo que a mulher teve acesso ao seu celular, descobriu que ele mantinha contato íntimo com outras mulheres e o expulsou do apartamento. Ele detalhou ter tentado retomar o contato, mas ela não o atendeu.

O Olhar Direto tentou contato com o major através do telefone do seu gabinete, mas as ligações não foram atendidas. A reportagem ainda tentou contato em diversos números da assessoria de imprensa do governo do Distrito Federal, mas sem sucesso. (Olhar Direto/Com informações do Metrópoles)