Brasil fecha acordo para produzir vacina contra Covid-19 criada em Oxford

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O Brasil anunciou neste sábado (27) ter chegado a um acordo para produzir até 100 milhões de doses da vacina contra o novo coronavírus desenvolvida pela Universidade de Oxford, que o país está ajudando a testar.

A vacina, na qual a universidade trabalha em conjunto com o grupo farmacêutico AstraZeneca, está entre as mais promissoras entre as dezenas em que pesquisadores de todo o mundo estão trabalhando.

Segundo o acordo de 127 milhões de dólares, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) vai adquirir a tecnologia e os insumos para a produção da vacina, que é testada na Grã-Bretanha e na África do Sul, além do Brasil.

O secretário-executivo do Ministério da Saúde, Elcio Franco, disse que o acordo dará ao Brasil uma vantagem caso a vacina se revele eficaz e segura.

“A compra de lotes e a transferência de tecnologia nos darão autonomia de produção”, disse durante coletiva de imprensa.

“O Brasil busca evitar situações como as ocorridas no início da pandemia, quando a alta demanda não permitiu que tivéssemos acesso a insumos e medicamentos. Estaremos eliminando as margens de lucro exorbitantes aplicadas durante a pandemia”, acrescentou.

O acordo dá ao Brasil o direito de produzir uma quantidade inicial de 30,4 milhões de doses em dezembro e janeiro, enquanto a vacina ainda estiver em testes.

Os 127 milhões de dólares estipulados no acordo abrangem US$ 30 milhões de direitos à tecnologia da vacina e ao processo de produção, disseram as autoridades.

Se a vacina passar nos testes clínicos, o Brasil terá o direito de produzir 70 milhões de doses adicionais a um custo estimado em 2,30 dólares cada.

“Se os ensaios clínicos não se mostrarem seguros, nós aprenderemos, teremos o avanço tecnológico…. Esses insumos poderão ser utilizados na produção de vacinas no nosso país”, disse o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde Arnaldo Correia de Medeiros.

Esta semana, os pesquisadores brasileiros começaram a administrar a vacina, conhecida como ChAdOx1 nCoV-19, a voluntários.

O Brasil foi escolhido porque é um dos países onde o vírus está se espalhando mais rapidamente.

O país tem o segundo maior número de casos e mortes do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos, com mais de 1,2 milhão de pessoas infectadas e 55.000 falecidas, de acordo com os últimos dados oficiais.

Os especialistas afirmam que a realização de um número relativamente baixo de testes de detecção indica que os números reais da pandemia no país com perto de 212 milhões de habitantes sejam provavelmente muito maiores.

FONTE: ISTOÉ