Voluntários começam a receber vacina contra a Covid-19 em MT

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Na corrida pela prevenção contra a Covid-19, Mato Grosso participa da testagem de um dos imunizantes contra o novo coronavírus, que já infectou mais de 128,7 mil e matou 3,5 mil pessoas no território mato-grossense. Trata-se da vacina identificada como Coronavac, desenvolvida pelo laboratório Sinovac Life Science.

No Estado, o ensaio clínico está sendo conduzido pelo Hospital Universitário Júlio Müller (HUJM-UFMT/Ebserh), localizado em Cuiabá, em parceria com o Instituto Butantan.

O compromisso é incluir 800 profissionais de saúde voluntários. A operacionalização do estudo denominado “ProfisCOV” começou na última terça-feira (6). Ligado à Universidade Federal (UFMT), o HUJM funciona como centro aplicador da testagem.

A primeira voluntária a receber a dose foi a médica infectologista, Giovana Volpato Pazin Feuser. “Estou muito satisfeita em participar desse processo, tanto na perspectiva da área da Saúde como no exercício da cidadania. Senti-me muito segura com a confiabilidade dos procedimentos, que é referendada pela expertise do Butantan”, afirmou.

Até agora, não há reação adversa em decorrência da vacina.

Nesta fase, conforme informações da assessoria de imprensa, será disponibilizada somente a voluntários profissionais de saúde, que são mais expostos aos vírus.

Ao todo, o projeto está sendo executado pelo Instituto Butantan em 16 Centros de Estudos espalhados em sete estados brasileiros, incluindo Mato Grosso.

Para início dos trabalhos, o gerente de Atenção à Saúde do Hospital Universitário, Cassiano Moraes Falleiros, recebeu a gerente de Operações Clínicas do Instituto Butantan, Ana Paula Batista e o coordenador local do ProfisCOV, professor Cor Jesus Fontes.

“Esta iniciativa reforça a importância da articulação interinstitucional, aliando assistência e pesquisa, que convergem para promover soluções para a sociedade”, afirmou o gestor.

Por sua vez, a superintendente do HUJM, professora Elisabeth Aparecida Furtado de Mendonça, agradeceu a confiança depositada na instituição.

“O Instituto Butantan tem atuado em parceria com o HUJM desde a vacina contra a dengue, consolidando o hospital como referência em pesquisa”, disse.

Os voluntários para essa fase de avaliação da vacina serão profissionais de Saúde que estejam trabalhando na assistência à Covid-19.

Inclui médicos, enfermeiros, bioquímicos, farmacêuticos, técnicos de enfermagem, fisioterapeutas, psicólogos, nutricionistas, fonoaudiólogos, dentistas.

Desde que tenham registro em conselho de classe (exigência da Anvisa).

Idade acima de 18 anos e sem limite superior de idade, desde que esteja atuando na atenção a pacientes com a doença.

Os voluntários deverão estar saudáveis. Serão incluídos profissionais de saúde que nunca tiveram e que já tiveram Covid-19.

Isto porque a reinfecção pelo coronavirus é um fato já comprovado. Daí será possível avaliar se a vacina protege tanto para a primeira infecção quanto para a reinfecção.

Ao todo, 13 mil profissionais serão testadas em todo o Brasil. Em Cuiabá, o compromisso é incluir 800 profissionais de saúde voluntários.

Cada voluntário receberá duas doses da vacina. A primeira no dia da inclusão na pesquisa e a segunda, entre duas a três semanas após.

Como será um ensaio randomizado, a probabilidade de receber placebo será de 50%, em relação 1:1, em estudo triplo cego. Nenhum evento adverso grave de relevância foi registrado.

Além disso, o Instituto Butantan disponibilizará aos voluntários um aplicativo onde cada profissional poderá manifestar o interesse de participar.

Tão logo manifeste o interesse, o voluntário será agendado para um determinado dia e horário, que funcionará de segunda a segunda feira, em turnos matutinos, vespertinos e noturnos (até 21 horas), incluindo sábados, domingos e feriados.

“O tempo de seguimento, com ligações telefônicas, envios de mensagens e avaliações clínico-laboratoriais periódicas deverá ser de 12 meses após a vacinação”, informou o HUJM.

A vacina contra o coronavírus, desenvolvida pela Sinovac Life Science, é considerada uma das mais promissoras do mundo, porque utiliza tecnologia já conhecida e amplamente aplicada em outras vacinas.

Por isso, o Butantan avalia que sua incorporação ao sistema de saúde deva ocorrer mais facilmente.

Caso a vacina seja aprovada, a Sinovac e o Butantan vão firmar acordo de transferência de tecnologia para produção em escala industrial para fornecimento gratuito ao Sistema Único de Saúde (SUS).

Os passos seguintes serão o registro do imunizante pela Anvisa e fornecimento em todo o Brasil.

Vale lembrar que, em setembro passado, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) também autorizou o aumento do número de voluntários nos estudos da vacina Janssen-Cilag, do grupo Johnson & Johnson, que teve anuência para testes em sete estados brasileiros e passou a ter a participação de voluntários de mais quatro estados, inclusive, Mato Grosso.

Fonte: Diário de Cuiabá