O juiz Jean Garcia de Freitas Bezerra, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, tornou réu, nesta terça-feira (12), o vereador em fim de mandato Paulo Henrique Figueiredo (MDB) e outras quatro pessoas por envolvimento em crimes relacionados ao Comando Vermelho (CV), lavagem de dinheiro e corrupção. Ele havia sido denunciado pela Gerência de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) no início de novembro.
Paulo Henrique foi alvo de duas operações policiais por ser o líder de um braço do CV que usava shows em casas noturnas para lavar dinheiro do crime organizado. No dia 20 de setembro, ele chegou a ser preso pela Polícia Federal no âmbito da Operação Pubblicare, um desdobramento da Operação Ragnatela, que começou a desarticular a quadrilha.
A Operação Ragnatela teve início a partir da compra do Dallas Bar, no valor de R$ 800 mil, por lideranças do Comando Vermelho. Posteriormente, os criminosos passaram a usar shows com atrações nacionais para fazer a lavagem de dinheiro do tráfico. Agentes públicos apoiavam o grupo, facilitando a fiscalização e a liberação de alvarás para os eventos em troca de vantagens ilícitas, conforme a investigação.
Bezerra, ao analisar a denúncia, concluiu que os elementos apresentados atendem aos requisitos legais, com indícios suficientes de autoria e materialidade. Dessa forma, a denúncia foi recebida, e os réus foram citados para apresentar sua defesa no prazo de dez dias.
“Nota-se que a inicial atende ao disposto no artigo 41 do Código de Processo Penal e que não há incidência de nenhuma das hipóteses previstas no artigo 395 do CPP, pelo que recebo a denúncia oferecida em face dos réus supracitados, por satisfazer os requisitos legais, vez que amparada em indícios de autoria e materialidade”, destacou o magistrado.
Além das cinco pessoas que se tornaram réus nesta terça-feira, outros 13 têm a primeira audiência de instrução e julgamento marcada para o dia 03 de dezembro. (HNT)