Secretário já prevê aumento na passagem para compensar diminuição de usuários

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As empresas de transporte da Capital estão no limite. Por conta da redução de cerca de 200 mil usuários nos coletivos, elas enfrentam um déficit “muito grande”, segundo o secretário municipal de Mobilidade Urbana, Antenor Figueiredo. Em entrevista exclusiva ao RDTV, na manhã desta terça (14), o gestor não nega um futuro aumento no preço das passagens.

“Alguém um dia vai ter que pagar esta conta”, disse. “Como nós estamos socorrendo as empresas dentro do possível, lá na frente eles podem pedir reequilíbrio econômico. Tem ônibus que anda com uma pessoa. Não estou aqui para defender empresa. Estou aqui defendendo transporte coletivo. É necessário usuários circulando. E, no caso, alguém tem que bancar isso”.

Segundo Antenor, antes da pandemia, em um dia normal de serviço, os ônibus chegavam a transportar cerca de 250 mil pessoas por dia. Mas, hoje, circulam 60 mil – alguns dias chegam a registrar 20 mil. Por isso, o secretário afirma que as empresas “trabalham com o custo da operação”.

Dificuldades na fiscalização

O secretário Antenor também disse que, desde o começo da pandemia, a fiscalização foi a maior dificuldade da Semob. “Nosso pessoal foi muito reduzido. E alguns usuários continuavam pensando e fazendo que não conheciam essa doença. Andavam sem máscara e sem qualquer tipo de precaução”, disse.

Para suprir o déficit de servidores, Antenor disse que contavam com auxílio policial para conter alguns usuários.

Em relação as linhas exclusivas para serviços essenciais, principalmente profissionais da saúde, também houve dificuldades de fiscalização. Fiscais estão parando ônibus e verificando o direito e, caso flagre alguém que não preenche ao requisito, é orientado a descer do ônibus e pegar o próximo. Mas, como não tem servidores para cobrir 350 veículos, a verificação não é 100% eficiente, como revela o secretário.

Ele comenta que é o próprio usuário que tem feito essa fiscalização e cobrado dos demais passageiros, como uso de máscara e distanciamento.

O secretário orienta que, caso usuário veja um ônibus de sua linha mais cheio, esperar pelo segundo. Isto por que 100% da frota está em circulação e, assim, os ônibus circulam a cada 10 e 15 minutos. Recomendam também fazer a recarga dos cartões antes das viagens – elas podem ser feitas inclusive pela internet -, mas que há promotores de venda nos principais pontos.

Cuidados com a Covid-19

Antenor conta ainda que, na sede administrativa da Semob, onde trabalham cerca de 140 servidores, 10 a 15 estão de licença por conta da Covid-19. “Então, nós tivemos uma baixa muito grande”. Gestantes e pessoas do grupo de riscos também foram orientados a ficar em casa.

Ao final de cada corrida, os ônibus são higienizados. Motoristas e passageiros tem álcool-gel a disposição nas frotas, garante secretário. Até este fim de semana, as quatro empresas que operam em Cuiabá e Várzea Grande também vão instalar cortinas de plásticos para melhor isolar os motoristas, em todas os veículos, após o registro da primeira morte da categoria.

Juliano Lara faleceu neste domingo (12), no Pronto Socorro de Cuiabá, após 16 dias internados. Segundo a Associação Matogrossense dos Transportadores Urbanos (AMTU), outros 50 motoristas, entre 42 suspeitos e 8 confirmados, estão afastados das funções. Todos estão em tratamento domiciliar.

De acordo com o painel da Prefeitura de Cuiabá, desta segunda (13), há mais de 6,2 mil casos infectados com a Covid-19 na cidade. Destes, 334 não resistiram e faleceram.

Fonte: RD News