O nível do Rio Paraguai, na estação de Cáceres, a 250 km de Cuiabá, está cerca de 40 cm mais baixo do que no mês passado e 22 cm mais baixo que no mesmo período do ano passado.
O último boletim de Monitoramento Hidrológico, publicado pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB-CPRM), aponta que o nível d’água registrado está atingindo os menores valores mínimos já observados para esse período do ano, considerando toda sua série histórica de dados (com registros desde 1965).
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Nível do Rio Paraguai no Pantanal de MT — Foto: Sistema de Alerta Hidrológico
Nesta quinta-feira (15), o nível atualizado encontra-se em 70 cm. Há dois anos, esse índice era mais que o dobro. No dia 15 de julho de 2019, o nível da água no Rio Paraguai era de 1,52 m.
Confira o índice nos últimos 5 anos:

Pelo segundo ano consecutivo, o rio Paraguai, que drena a Bacia do Alto Paraguai e o bioma Pantanal, vem apresentando valores de nível d’água significativamente abaixo da média.
Com tendência de declínio de seu nível até o mês de outubro, quando normalmente termina o processo de vazante, o rio Paraguai preocupa em todas as estações monitoradas pelo (SGB-CPRM).
O comportamento dos rios na bacia vem confirmando o prognóstico divulgado pelo órgão desde o início de junho, quando ficou claro que o processo de vazante havia iniciado antecipadamente em 2021.
Confira o nível de água do Rio Paraguai por mês neste ano:

De acordo com o pesquisador Marcelo Parente Henriques, a variação natural sazonal dos níveis dos cursos d’água da bacia do rio Paraguai, o pulso de inundação, constitui o fator principal que rege o funcionamento de rios com a planície de inundação e condiciona a vida da população e as atividades econômicas na região.
Nas estações de Bela Vista do Norte (Cáceres), Porto São Francisco (Corumbá), Ladário (Ladário), Forte Coimbra (Corumbá) e Porto Murtinho (Porto Murtinho -MS), o nível do rio permanece na zona de atenção para mínimas, que compreende a faixa de valores de nível d’água situados entre os 10% menores registros de nível e os valores mínimos ocorridos em cada série histórica das estações (para este período do ano).
Comparando com o histórico de monitoramento na região, a vazante que ocorre no ano 2021, tal qual a de 2020, aproxima-se significativamente das vazantes observadas no período compreendido entre os anos de 1967 e 1973.
Impactos da estiagem
A bacia do rio Paraguai abrange uma das maiores extensões de áreas alagadas do planeta: o Pantanal.
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Rio Paraguai — Foto: Governo de MS/Divulgação
O período de estiagem tem implicações para navegação no rio Paraguai, hidrovia por onde escoa principalmente produção de grãos e minérios para exportação.
Outro problema que ronda a região é o abastecimento de água. Alguns municípios estão planejando captação de água alternativa com o uso de bombas móveis.
O rio Paraguai nasce na Chapada dos Parecis, e segue na direção sul, percorre o limite entre os biomas da Amazônia e do Cerrado, adentrando no Pantanal, na região de Cáceres, por onde segue até deixar o Brasil para o Paraguai.
Desde sua cabeceira, o rio Paraguai drena para as regiões de depressão da planície do Pantanal, sendo o principal canal de drenagem da Bacia do Alto Paraguai (BAP). Possui uma extensão total de 2.621 km, dos quais 1.693 km se dão na RH-Paraguai, desde sua nascente até a foz do Rio Apa.
Fonte: G1 MT