Lucas sonhava ser bombeiro desde criança e iria se casar em julho, revela pai

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O aluno Lucas Veloso Peres, de 27 anos, que morreu na segunda-feira (26) durante um treinamento do Corpo de Bombeiros Militar (CBMMT), na Lagoa Trevisan, em Cuiabá, era noivo e estava com casamento marcado para julho. O rapaz planejava se casar com a amada, que é de Água Boa, após concluir o curso de formação.

A revelação foi feita pelo pai de Lucas, Cleuvimar Veloso, em entrevista ao RD News. “Lucas estava em Cuiabá há 9 meses e ela (noiva) queria ir morar junto com ele. Ele não quis e disse que só iria se casar assim que se formasse. A responsabilidade dele era tanta que ele não quis nem casar antes da formatura”, conta Cleuvimar, ressaltando que o filho sempre foi responsável, obediente e amado por todos da cidade.

O pai revela que Lucas estava namorando há 5 anos. “Quando ele foi namorar com essa menina, ele falou com o pai dela. Foi lá conversar com o pai dela e pedir ela em namoro. Hoje o jovem não faz isso”, salienta, ponderando que seu filho sempre foi um menino correto e bom.

O pai revela ainda que o sonho da vida de Lucas sempre foi ser bombeiro. “Ele já tinha esse sonho desde criança de ser bombeiro. Queria porque queria, nem que fosse para ser motorista. Ele deixou tudo que ele tinha para trás. Ele falou que não estava importando com a parte financeira. Ele queria realizar o sonho dele que era ser bombeiro”, desabafa.

Despedida

Arquivo Pessoal

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Lucas Veloso era natural de Goiás e estava fazendo uma aula de salvamento aquático quando teria se afogado. A vítima foi levada ao hospital H-Bento, onde não resistiu e veio a óbito. Ele foi enterrado nesta quarta-feira (28), em Caiapônia (GO).

Amigos e bombeiros fizeram um longo cortejo com o corpo de Lucas até o Memorial Antonieta Joaquina de Resende, em Caiapônia (GO), onde acontece o velório. Ele foi enterrado no cemitério São Judas Tadeu.

A Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) afirmou que a investigação do caso já estava em andamento, bem como abriu um procedimento administrativo para apuração das circunstâncias. Como em Mato Grosso os alunos já são considerados militares, o próprio Corpo de Bombeiros conduzirá a investigação através de um inquérito militar. O Ministério Público acompanha o caso.

Outro caso

Lucas não é o primeiro aluno a morrer durante um treinamento dos Bombeiros. Em 2016, o aluno Rodrigo Claro morreu durante atividades aquáticas, também na Lagoa Trevisan. A responsável pelo treinamento, a tenente Izadora Ledur, foi acusada de maus-tratos contra Rodrigo.

Posteriormente, o Conselho Especial de Justiça Militar condenou a tenente a um ano de prisão em regime aberto.  Em 2022, o juiz João Bosco Soares da Silva, da 11ª Vara Criminal de Cuiabá, anunciou a prescrição da pena e arquivou processo.

No ano passado, o governador Mauro Mendes extinguiu a punibilidade da tenente.  O Juizado Especial de Fazenda Pública de Cuiabá determinou, também no ano passado, a promoção da tenente Izadora Ledur ao cargo de Capitã do Corpo de Bombeiros, com pagamento dos salários retroativos ao ano de 2016.

Fonte: RD News