Líder de facção em MS é apontada pelo Gaeco como servidora da AL de MT

Fonte:

Apontada como uma das principais líderes da organização criminosa no Centro-Oeste e encarregada de estruturar o Comando Vermelho em Mato Grosso do Sul, Vânia Cristina Ribeiro de Moraes trabalha como garçonete na Assembleia Legislativa do Mato Grosso. A informação consta do pedido de prisão preventiva feito pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado). As informações são do site Folhamax.

Dona Vânia, como é conhecida, foi um dos 92 alvos da Operação Bloodworm, deflagrada pelo Ministério Público Estadual no dia 5 deste mês em Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás, Distrito Federal e Rio de Janeiro.

Estrutura da organização

De olho no potencial do mercado de drogas e armas de fogo, o Comando Vermelho decidiu instalar-se em Mato Grosso do Sul e disputar espaço com o PCC (Primeiro Comando da Capital). A organização surgiu em 1979 no Instituto Penal Cândido Mendes, o Caldeirão do Diabo, na Ilha Grande (RJ).

De acordo com a investigação, o Comando Vermelho está bem estruturado nos estados do Mato Grosso e Tocantins e no Distrito Federal. A partir da apreensão de quatro celulares, entre outubro e dezembro de 2021, no Presídio de Segurança Máxima da Gameleira, considerado até então um dos raros presídios no País em que a circulação de telefones era comum entre os presos, o Gaeco descobriu que o grupo tinha decidido se instalar definitivamente em MS.

A primeira medida foi a criação do Conselho CV MS PY – Trem Bala, formado por 13 integrantes. O primeiro presidente foi o carioca Roberto Ricardo de Freitas Júnior, o Betinho, o O1. O vice-presidente seria Devair Pereira de Castro, o Coqueirinho, transferido do Mato Grosso para a Gameleira.

“Esses integrantes do Comando Vermelho, no mínimo desde os últimos meses do ano de 2021, agem no intuito de melhor estruturar a organização criminosa o Mato Grosso do Sul, muito embora todos já a integrem desde antes em seus Estados de origem e concentrem suas ações em prol dela. Mas, a partir do final do ano de 2021, pretenderam aumentar seu alcance e consolidar suas atividades ilícitas neste Estado. Para tanto, o objetivo era filiar o maior número possível de criminosos em seus quadros (batismos) e, com isso, aumentar o
poder financeiro e bélico da organização, por meio da prática de crimes graves, a exemplo de roubos, sequestros e tráfico de drogas ilícitas e, ainda, do pagamento de contribuições de seus integrantes, conforme instituído em ‘regulamento’ próprio”, afirmam.

Após definir o conselho, eles decidiram que a arrecadação, feita a partir da cobrança mensalidade de R$ 100 dos “camisa” e das “lojinha”, iria abastecer a estruturação do Comando Vermelho no Estado.

O CV já conta com 43 integrantes e 11 companheiros em Mato Grosso do Sul, segundo conversas interceptadas pelo Gaeco durante a investigação.

Fonte: Folhamax