Justiça mantém prisão preventiva de acusada de planejar crime e pagar por morte de marido

Fonte:

O juiz Flavio Miraglia Fernandes, da 12ª Vara Criminal de Cuiabá, manteve prisão preventiva em face de Ana Cláudia de Souza Oliveira Flor, acusada de planejar crime e pagar pela morte do marido, Toni Flor. Decisão é desta quinta-feira (30).

A acusada argumentou, em síntese, a inexistência dos requisitos necessários à segregação cautelar, pugnando ainda pela concessão de prisão domiciliar com a aplicação de monitoramento eletrônico. Três filhas menores foram citadas.

Em sua decisão, Miraglia observou que o crime descrito fora cometido com violência e grave ameaça, “pois se extrai que a vítima foi atingida por vários disparos de arma de fogo”. Fato impediria a concessão de prisão domiciliar.

Ainda segundo o juiz, a prisão preventiva foi decretada em razão da existência do periculum libertatis, haja vista que durante as investigações policiais, a própria Ana Claudia afirmou que pagou a um agente público para obter informações privilegiadas acerca dos passos dados pela autoridade policial, bem como deixou clara a intenção de dar fim à vida do executor.

Miraglia destacou ainda que circunstâncias abonadoras como residência fixa e ausência de antecedentes, por si, não se mostram aptos à revogação quanto presente quaisquer dos requisitos necessários à segregação cautelar.

“Isto posto, mantenho a segregação cautelar da denunciada em razão da presença do periculum libertatis ostentado pela mesma”, decidiu.

O caso

O Ministério Público do Estado de Mato Grosso ofereceu denúncia contra Ana Claudia de Souza Oliveira Flor, por homicídio qualificado praticado contra o seu próprio esposo, Toni da Silva Flor.

Além dela, também foram denunciados pelo mesmo crime Igor Espinosa, Wellington Honorio Albino, Dieliton Mota da Silva e Ediane Aparecida da Cruz Silva. A denúncia inclui ainda Sandro Lúcio dos Anjos da Cruz Silva, que responde por falso testemunho, após ter feito afirmação falsa no âmbito do inquérito policial.

Consta na denúncia que no dia 1º de agosto do ano passado, por volta das 7h, em frente a uma academia, a vítima foi atingida por disparos de arma de fogo efetuados por Igor Espinosa, a mando de Ana Claudia de Souza Oliveira Flor. Para a concretização do crime, a esposa teria sido auxiliada por Wellington Honorio Albino, Dieliton Mota da Silva e Ediane Aparecida da Cruz Silva.

De acordo com a investigação, Toni da Silva Flor e Ana Claudia de Souza Oliveira Flor estavam casados há 15 anos, tendo inclusive três filhas. O casamento, no entanto, vinha se deteriorando, notadamente por conta de relacionamentos extraconjugais da acusada. Alguns dias antes de ser morto, Toni teria anunciado a intenção de se separar.

Durante a investigação, foi constatado que o crime foi encomendado mediante oferta de pagamento no valor R$ 60 mil, mas a esposa teria repassado somente R$ 20 mil. Verificou-se também que o executor gastou todo o dinheiro em festas no Rio de Janeiro. Consta nos autos, que os detalhes do crime foram discutidos em reunião virtual via WhatsApp.

Fonte: Olhar Direto