Jornal dos EUA diz que prisões de bolsonaristas foram impedidas por general cuiabano

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O comandante do Exército brasileiro, o general cuiabano Júlio César Arruda, teria impedido o ministro da Justiça, Flávio Dino, de prender os manifestantes bolsonaristas instalados no QG (Quartel-General) no último dia 8, quando as sede dos Três Poderes foram vandalizadas por bolsonaristas. A informação veio à tona após publicação de matéria no jornal ‘The Washington Post’, na sexta-feira (14).

O jornal americano realizou cerca de 20 entrevistas com funcionários do governo Lula (PT), do Judiciário e organizadores dos protestos e, após as confirmações, reportagem destacou que o comandante sênior do Exército, general Júlio César, teria disparado ao ministro Flávio Dino: “você não vai prender gente aqui!”.

“Esse ato de proteção, que funcionários do governo Lula dizem ter dado a centenas de insurgentes tempo para escapar da prisão, é uma das várias indicações de um padrão preocupante que as autoridades estão investigando agora como prova de suposto conluio entre militares e policiais e os milhares de manifestantes que invadiram as instituições no coração da jovem democracia brasileira”, traz trecho da reportagem.

Ainda conforme o jornal estrangeiro, antes do ataque às sede dos Três Poderes, os militares haviam impedido duas vezes as autoridades de desocupar o acampamento bolsonarista, segundo declarações do coronel Fábio Augusto Vieira, ex-comandante da Polícia Militar do Distrito Federal de Brasília, fornecidas ao The Washington Post.

Vieira foi detido por falhas de segurança durante os distúrbios. A entrada no acampamento só foi permitida na manhã do dia seguinte aos ataques, quando o local foi desmontado sob determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, cuja ordem de desocupação foi para todos os acampamentos bolsonaristas no prazo de 24 horas.

A matéria do jornal Washington Post ainda cita investigação que envolve uma figura-chave do governo de Jair Bolsonaro (PL), o ex-ministro da Justiça Anderson Torres, chefe afastado da segurança de Brasília. Após o motim, as autoridades encontraram um projeto de decreto na casa de Torres declarando “estado de defesa” para anular a Justiça Eleitoral do Brasil e anular a vitória eleitoral de Lula. Os investigadores dizem acreditar que foi escrito entre 13 e 31 de dezembro, quando Bolsonaro ainda era presidente. (Com The Washington Post).

Fonte: HNT