Hospital é suspeito de dar morfina e amarrar pacientes em Cuiabá, revela TV

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Profissionais do Hospital São Judas Tadeu, unidade de saúde particular de Cuiabá investigada por um suposto tratamento inadequado de pacientes com o novo coronavírus (Covid-19), teriam ministrado doses altíssimas de morfina as pessoas que se encontravam internadas no local. A droga é conhecida por ser um forte analgésico, indicado inclusive para o tratamento de câncer.

As informações são do programa Cidade Alerta, da TV Vila Real (10.1). Segundo os próprios funcionários do Hospital São Judas Tadeu, alguns pacientes teriam recebido “altas doses” de morfina no tratamento contra o Covid-19.

A reportagem informa também que uma mulher foi transferida do local com ferimentos “graves” nas mãos em razão de ter permanecido “amarrada” na cama durante o seu tratamento. Ela seria esposa de um advogado na capital de Mato Grosso.

A delegada da Polícia Judiciária Civil (PJC) que preside o inquérito, Luciane Barros Pereira Lima, revelou que dois homens, que estavam no mesmo quarto do major PM Thiago Martins de Souza – morto por complicações do Covid-19 no último dia 4 de abril -, também serão ouvidos. A delegada informou ainda que na fase final do inquérito, outros funcionários da unidade de saúde particular também deverão prestar depoimento.

HOSPITAL SUSPEITO

As investigações contra o Hospital São Judas Tadeu tiveram início após a morte do major da Polícia Militar Thiago Martins de Souza, que faleceu na madrugada do domingo de Páscoa, aos 34 anos, em 4 de abril. Ele estava em tratamento contra o Covid-19.

Uma técnica de enfermagem que cuidava do oficial da PM na unidade de saúde contou, no entanto, que o tratamento recebido pelo policial não foi o adequado. Segundo ela, nas duas semanas em que permaneceu internado hospital particular, Thiago ficou “jogado”, “sem tomar banho”.

A profissional de saúde relatou também que o próprio major tinha consciência do tratamento inadequado que vinha recebendo, e teria entrado em contato com familiares pedindo ajuda. A técnica de enfermagem revelou ainda que faltavam medicamentos no hospital. Ela fez um boletim de ocorrência sobre as “condições de trabalho” do local.

O hospital São Judas Tadeu nega as acusações dizendo que a técnica de enfermagem estaria tentando uma “retaliação” contra a unidade de saúde em razão de ter sido demitida.

Fonte: Folhamax