“Fui vítima de campanha difamatória por causa de dinheiro”, diz advogado de Cuiabá

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Há seis meses, o advogado Cleverson Campos Contó ganhou os holofotes quando passou a ser tratado como autor de uma série de delitos por mulheres que se relacionaram com ele. As queixas foram ajuizadas, mas pouco a pouco, a defesa feita pelo advogado Eduardo Mahon, assim como pareceres do Ministério Público e as decisões judiciais começaram a minar as acusações, visto que não foram apresentadas provas contundentes.

Por outro lado, Contó conseguiu comprovar sua inocência. Em março, o juízo da 1ª Vara Especializada de Violência Doméstica da Capital arquivou processo ajuizado pela blogueira Mariana Vidotto.

A decisão pelo arquivamento se deu com base na manifestação do Ministério Público que não ofereceu denúncia a partir do inquérito policial sobre o caso, visto que não houve provas para embasar a iniciativa. Esta é a primeira vez que Cleverson Contó concede uma entrevista exclusiva sobre o assunto.

Ao FOLHAMAX, ele afirma que foi objeto de uma “campanha difamatória”, que teve como base interesses financeiros por parte de Mariana Vidotto. O advogado cita que a influencer, depois de um relacionamento de quatro meses, queria um pagamento de R$ 500 mil.

Depois, ela chegou a pedir uma pensão de R$ 5 mil por mês. O caso de Cleverson possui algumas semelhanças com o jogador Neymar que chegou a ser acusado por uma modelo de estupro e acabou sendo inocentado.

Confira os principais trechos:

1 – As acusações contra você criaram uma onda de protesto nas redes sociais que se transformou em uma verdadeira campanha em combate à violência contra as mulheres. Como foi sua reação ao ver seu nome e sua imagem se transformando em símbolo desse tipo de violência?

Vivi os piores meses da minha vida desde que toda essa campanha começou. Mas desde o começo eu tinha consciência de que se tratava de uma campanha difamatória em nome de interesses pessoais e, acima de tudo, financeiros. O problema deste tipo de situação é que os acusados dificilmente têm direito de se defenderem no tribunal das redes sociais e da opinião pública, porque, diferentemente do Poder Judiciário, não existem os direitos à ampla defesa e ao contraditório. Por isso, apeguei-me à verdade dos fatos e na confiança de que no Poder Judiciário eu teria essa chance de me defender e comprovar minha inocência.

2 – Você foi tratado como autor de um relacionamento abusivo, além de ser acusado de estupro, lesão corporal e uma série de outros delitos. Como você encarou essas queixas?

Foi uma situação muito difícil ver acusações tão duras e ao mesmo tempo não verdadeiras contra mim. Mas nos processos que foram iniciados a partir dessas queixas eu sempre me coloquei à disposição da Justiça para poder esclarecer qualquer dúvida quanto à minha honra. Eu sabia que não seria uma jornada fácil, mas com a fé em Deus que eu sempre tive, com a ajuda dos meus familiares e amigos, e inclusive de várias ex-namoradas que se disponibilizaram a depor em meu favor em nome da verdade, acreditei no Poder Judiciário e que uma hora minha inocência iria ser comprovada.

3 – Na medida em que as acusações contra você tomaram as mídias, isso te prejudicou profissionalmente e pessoalmente? De que forma? 

Nos primeiros meses após o início da campanha difamatória, eu fiquei bastante abalado emocionalmente. Mas no meu campo profissional nada foi afetado, porque acredito que quando entregamos aquilo que prometemos nada pode nos abalar, e no meu profissional eu sempre entreguei além do prometido. Contudo o maior prejuízo que tive se deu com minha família, porque tenho mãe e irmão, e eles também sentiram na pele o peso do julgamento das pessoas a partir de acusações sem provas. Foi muito difícil encarar essa fase, mas também foi o combustível que eu precisava para lutar para provar minha inocência, porque o tempo todo eu contei com a ajuda deles e de pessoas que me conhecem e sabem da verdade.

4 – Em juízo você afirmou que estava sendo vítima de uma campanha difamatória. Você conseguiu comprovar isso? 

Os fatos comprovaram isso. Mensagens trocadas entre uma das acusadoras e eu demonstraram isso. Como o processo está em segredo de justiça, não posso dar tantos detalhes. Contudo, existe áudio, que inclusive foi divulgado pela mídia, que demonstram que Mariana Vidotto reconhece que eu nunca a agredi, nunca cometi nenhum ilícito contra ela.

5 – O que motivou Mariana Vidotto a fazer toda essa campanha contra você? 

Primeiro ela tentou facilitar a vida dela por meio do dinheiro que tentou tomar de mim. Quando eu neguei, ela percebeu que poderia se promover com toda essa situação, se colocando como vítima de uma história trágica, lançando um curso para ajudar mulheres vítimas de violência doméstica e, por fim, recrutando outras mulheres para depor contra mim.

Essa motivação por dinheiro ficou tão evidente que depois de um relacionamento de quatro meses ela queria R$ 500 mil com a alegação de termos desenvolvido uma união estável. Como eu neguei, ele começou a inventar todas as histórias de que eu teria sido abusivo. Eu consegui comprovar minha inocência quanto a isso.

Mas a Mariana não havia entendido que namoro, como tudo na vida, pode sim, ter um fim. Um dia pode acabar. E ela insistiu nessa intenção de obter meu dinheiro. Durante o processo, Mariana fez pedido de pensão de R$ 5 mil por mês, que foi negado pelo juiz. Mas não para por aí. Durante a entrevista concedida às psicólogas, exigida pelo juiz, ela chegou a escrever o número da conta e da agência bancária, indicando onde poderia ser depositada a pensão. E não apenas às psicólogas, mas nas petições ela chegou a reiterar que o que ela queria era uma pensão.

6 – O inquérito policial a partir da queixa apresentada pela Mariana Vidotto foi arquivado a partir do parecer do Ministério Público por falta de provas. Para você a Justiça foi feita? 

O arquivamento desse processo não se deu apenas por falta de provas da acusadora, mas se deu também porque minha defesa apresentou provas suficientes que pesaram contra as queixas. Essas provas demonstram que fui objeto de uma campanha difamatória, que tinha por base interesse escusos. E, sim, a Justiça está sendo feita, contudo nada paga o impacto psicológico que minha mãe sofreu, assim como toda minha família.

7 – Ainda existe outro processo contra você que está em andamento, que é com base nas queixas feitas pela médica Larissa Moraes. O que você tem a dizer sobre este caso? 

É um processo baseado em imagens fora do contexto e que está tão municiado com provas e fatos como o da Mariana Vidotto.  Por ora, não posso comentar porque está em segredo de Justiça, mas posso dizer que assim como nas queixas apresentadas no processo que foi arquivado, também acredito no Poder Judiciário e que a verdade será restabelecida neste caso.

Fonte: Folhamax