Filho de domador, cuiabano faz sucesso como jóquei na Europa

Fonte:

O cuiabano Marcio Dias de Souza, de 41 anos, viu no mundo equestre a chance de conhecer outras culturas e crescer na vida. Como competidor de corrida de cavalos, já conquistou importantes medalhas no planeta sobre o dorso de cavalos da raça puro-sangue inglês.

O jóquei teve a infância dividida entre Cuiabá e Barão de Melgaço. A convivência com o pai, que era domador de cavalos pantaneiros em Barão, fez surgir nele a paixão por animais e o desejo de dar à família melhores condições.

“Meu pai nunca teve carro, sempre teve charrete. Eu montava em um cavalo pangaré e galopava a todo vapor. Essa adrenalina me satisfazia. Fui para Cuiabá com ofertas para trabalhar em haras, ser alguém na vida. Se você não tem dinheiro em Barão, você não é ninguém. Cruzei todo o Oceano Atlântico e vim [para a Espanha] com esse sonho de conseguir uma vida melhor”, diz.

Os grandes sonhos, entretanto, fizeram com que Mato Grosso se tornasse pequeno para Marcio. Em 2004, foi morar em Galícia, na Espanha, para se dedicar aos campeonatos internacionais.

Além da Espanha, o ginete já competiu na França, Escócia e Inglaterra. No entanto, o título do qual mais se orgulha foi o Prix De Breuilly Handicap, que consistia em uma corrida de 1300 metros, sediada no hipódromo de Deauville, na França.

Reprodução

MARCIO

Premiado em diversas cidades da Europa, Marcio afirma que resultados são fruto de grande dedicação e de uma equipe competente

Agora, Marcio já é considerado cidadão espanhol e planeja diversas conquistas esportivas no país. Com uma rotina de treinos intensa e planejada, diz que se tornar profissional no ramo equestre exige perseverança.

“Para montar cavalos de corrida, temos que pesar pouco. Eu peso 56 quilos, tenho uma alimentação saudável e a roupa que usamos é toda sintética. Para ser profissional, você planeja o trabalho com o cavalo de segunda a sábado de 30 a 45 minutos, com o domingo de descanso. Por trás desse esforço e dedicação, também há uma equipe grande”, revela.

A raça puro-sangue inglês atraiu a atenção do ginete por causa da beleza e da velocidade. Ele diz que esses animais têm um ímpeto “para frente”, como se fossem voar. Um puro-sangue pode atingir 70 km/h com graciosidade, e essa composição inspira confiança no cavaleiro que, durante a corrida, se sente muito pressionado.

O cavaleiro conclui dizendo que está realizando o maior sonho profissional que já teve.

Desde criança, enquanto via seu pai domando cavalos em Barão, sonhava com se tornar proprietário de um haras.

Atualmente, ele está negociando a propriedade do centro de treinamento onde trabalha, o Haras Boullon. “Penso que esse sonho, depois de muitos anos trabalhando e juntando dinheiro, está cumprido”, compartilha.

Fonte: Midianews