Dois PMs são expulsos acusados de exigir R$ 10 mil de homem flagrado com amante

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O Comando Geral da Polícia Militar de Mato Grosso demitiu dois policiais acusados de cobrar R$ 10 mil de um homem flagrado com uma amante em Nova Canaã do Norte (680 km de Cuiabá). O ato administrativo foi publicado nesta terça-feira (21), no Diário Oficial do Estado.

Trata-se do sargento Felisberto Silverio da Silva e do cabo Patrick Antônio Vanni, ambos condenados pelo Judiciário a cumprir pena de dois anos e quatro meses em regime aberto pelo crime de concussão.

Após o trânsito em julgado da sentença condenatória, o Ministério Público Estadual (MPE), por meio do procurador de Justiça José Antônio Borges, ingressou com pedido de cumprimento de sentença, motivando o Comando Geral da PM a proceder com a demissão.

Felisberto Silverio da Silva não está mais na ativa da PM. Por isso, só sofrerá a perda da graduação, mantendo seu salário.

O sargento foi condenado, em 2018, por exigir R$ 10 mil de um homem flagrado com uma amante em Nova Canaã do Norte (680 km de Cuiabá).

Consta nos autos que o caso ocorreu em junho de 2011. A vítima estava em uma festa em uma estância, quando, no trajeto de volta, foi abordada na companhia da amante pela viatura composta pelo então cabo Felisberto Silverio e o então soldado Patrick Antonio Vanni.

Na época, os policiais alegaram que a abordagem ocorreu porque a vítima estaria em um lugar perigoso destinado ao consumo de drogas por andarilhos.

Logo em seguida, a dupla de PMs conduziu a vítima e a mulher para um unidade policial. O homem foi conduzido no seu veículo pelo soldado Vanni e a mulher, levada na viatura pelo então cabo Silverio.

No trajeto até a delegacia, Vanni disse à vítima que o local aonde ela estava namorando poderia dar cadeia, por ser lugar público.

Afirmou que em razão do suposto crime, ele teria que gastar cerca de R$ 10 mil com advogado, além de ter problemas com a esposa, momento em que lhe sugeriu que, ao invés de entregar o dinheiro ao advogado, o repasse para eles, pois assim nada seria feito e ninguém saberia.

Ainda de acordo com o processo, o homem e a mulher ficaram cerca de 30 minutos na unidade policial sob a ameaça de que poderiam ser levados para a delegacia e serem presos.

A vítima, apesar de se mostrar insatisfeita com o valor exigido, preencheu um cheque pré-datado para pagamento da propina.

Fonte: HNT