Um dos mortos na ação da Polícia Militar para fechar um esconderijo do Comando Vermelho em Pontes e Lacerda (448 km ao oeste de Cuiabá), Jean Kenyson Parreira da Silva, 18, – de azul na imagem em destaque – foi condenado pelo homicídio que vitimou seu amigo de infância, em fevereiro de 2021, no assentamento Santo Antônio da Fartura, em Campo Verde (131 km ao sul de Cuiabá).
Gustavo Henrique da Silva Macedo, era estudante do Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT) e tinha 16 anos quando foi encontrado caído na área da casa com uma perfuração de tiro no rosto. Inicialmente, acreditava-se que Gustavo tinha sido atingido por um tiro acidental.
Jean chegou a prestar depoimento, disse que o tiro foi acidental e que aconteceu enquanto ele limpava a arma. Depois, entrou em contradição em uma nova versão apresentada. Mas, com o avanço das investigações, a polícia descobriu que era um caso de homicídio.
Em março 2022, a juíza Maria Lúcia Prati determinou a internação de Jean com base nos laudos, depoimentos e toda a materialidade do caso. Ele foi autuado por ato infracional análogo a homicídio culposo.
Mas, conforme a família de Gustavo, ele sequer cumpriu a pena. Depois, passou a morar em Pontes e Lacerda, onde entrou para uma facção criminosa e foi detido algumas vezes.
Em entrevista ao Gazeta Digital, a irmã de Gustavo, que lutou nos últimos anos para pedir Justiça ao caso dele, afirmou que “a Justiça divina aconteceu. Só quem passou pela nossa situação sabe o quanto é dificil. A gente já sabia que ele tinha uma índole péssima. Ele cresceu com meu irmão, agiu com frieza e negava tudo, dizia que não sabia o que tinha acontecido, sendo que os dois estavam juntos na hora”, disse.
Nayara lembrou ainda que no velório de Gustavo, Jean estava agindo de forma fria e ainda ficou rindo. “Depois de tudo que aconteceu, teve a sentença condenando ele, mesmo que ainda menor, era para ter sido internado, mas não aconteceu. Só a condenação já nos deu um alívio. Ele fez porque quis”.
Ela ainda afirma que ‘o que a gente faz, paga aqui’. “Sei que Deus fez Justiça. Ele tirou a vida de um menino de 15 anos, que nunca fez mal para ninguém. Estudava e trabalhava. Ele ficou vivendo na bandidagem”, finalizou.
Morte em confronto
Conforme já divulgado pelo Gazeta Digital, equipes da Força Tática, Batalhão de Operações Especiais (Bope) e Grupo Especial de Fronteira (Gefron) foram informados sobre um esconderijo da facção criminosa.
Segundo a denúncia, na casa, o grupo escondia armas de fogo e também se abrigava após os crimes. Com base nas informações, as equipes foram até o local e flagraram dois suspeitos armados.
Na abordagem, Jean – conhecido como ‘Imortal’ – tentou reagir e acabou baleado. Já Chrisan correu para um dos cômodos da casa e de lá disparou um tiro contra um policial do Bope, que revidou. Ele também foi baleado.
A dupla foi socorrida e encaminhada para o Hospital Vale do Guaporé. Mas, eles não resistiram aos ferimentos e morreram. Com os faccionados foram apreendidas uma pistola 9 mm com duas munições e uma espingarda calibre 12, com duas munições, sendo uma deflagrada.
Fonte: Gazeta Digital