O comando da campanha petista cancelou a ida do candidato a vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) a Mato Grosso após informações de que apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) e do ruralista Antônio Galvan – candidato ao Senado – se organizavam para
tumultuar as agendas dele em Cuiabá.
Alckmin iria para Cuiabá nesta quarta-feira (21) para demonstrar apoio à primeira-dama da capital e candidata ao governo do estado, Marcia Pinheiro (PV), e se aproximar de empresários ligados ao agronegócio.
A viagem estava sendo organizada por dois dos principais fiadores da campanha petista junto ao setor: o deputado federal Neri Geller (PP) – que também tenta uma vaga no Senado- e o senador Carlos Fávaro (PSD). O prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), foi avisado da decisão na véspera.
Procurada, a assessoria de Antônio Galvan não esclareceu se ele articulava algum ato contra Alckmin e afirmou apenas que “a maioria dos produtores rurais e da população mato-grossense” apoia Bolsonaro, e não o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Apoiadores de Bolsonaro e Galvan confirmaram à reportagem, no entanto, que fariam um ato em Cuiabá para “mostrar que Alckmin não era bem-vindo” no estado e tentar causar algum constrangimento.
Reservadamente, integrantes da campanha petista afirmaram que a viagem foi cancelada por precaução. Na segunda (19), a assessora de um candidato a deputado estadual pelo PP foi agredida por um apoiador de Bolsonaro em Itanhangá (a cerca de 450 km de Cuiabá). Ela estava em um veículo com adesivos de Lula e usava um boné vermelho.
Galvan é presidente licenciado da Aprosoja (Associação Brasileira dos Produtores de Soja) e um dos principais expoentes do Movimento Brasil Verde e Amarelo – grupo que afirma representar cerca de 200 associações e sindicatos rurais do país.
Ele é alvo de investigação do STF (Supremo Tribunal Federal) sobre atos antidemocráticos e foi proibido pelo ministro Alexandre de Moraes de se aproximar em um raio de 1 km da Praça dos Três Poderes, em Brasília.
Fonte: Folhamax