Após 82 anos de espera, irmãs separadas por morte do pai se reencontram em Cuiabá; veja vídeo

Fonte:

A vida tem dessas coisas. Depois de uma longa espera de 82 anos, o reencontro entre duas irmãs aconteceu no último sábado (13), em Cuiabá. O ano era 1942, quando duas crianças foram separadas após a morte do pai, Emiliano Albuquerque, em Campo Grande, Mato Grosso do Sul. A matéria foi produzida pela TVCA/G1 MT. Confira:

No dia da separação, Ila Silva de Albuquerque tinha 2 anos e a irmã, Lucila da Silva Assis, 5 anos. O que elas não podiam imaginar era que ficariam oito décadas sem contato. A mãe das meninas, Rufina da Silva, não suportou a morte do marido e, somado a limitações financeiras, optou por entregar Ila para outra mulher, Dona Regina, em Campo Grande, e seguiu para São Paulo com a outra filha.

No dia da separação, a caçula desentendida da situação, enxugou as lágrimas da irmã e fez uma promessa:

“Não chora, não! Quando eu voltar eu vou trazer um ‘papatinho’ [sapatinho] pra você, tá?” disse Ila.

Segundo a filha de Ila, Denise Lopes, a busca pela tia-avó foi incansável durante todos esses anos. Algumas tentativas foram feitas, mas todas sem sucesso.

“Tentei procurar algumas vezes com o nome da minha tia, mas, além da idade avançada, ela é 100% surda e não tem redes sociais”, explicou.

Os anos se passaram e com a mudança de Dona Ila, com marido e 10 filhos a Cuiabá, a esperança do reencontro só enfraqueceu. Do outro lado do Brasil, Dona Lucila convivia com a saudade e tentava driblar o sofrimento cuidando de seus seis filhos junto ao marido.

As buscas

No dia da separação, a caçula desentendida da situação, enxugou as lágrimas da irmã e fez uma promessa — Foto: Gustavo Messias

No dia da separação, a caçula desentendida da situação, enxugou as lágrimas da irmã e fez uma promessa — Foto: Gustavo Messias

Em março de 2024, Mayara, neta de Lucila, fez uma pesquisa na internet para descobrir sua árvore genealógica e, por acaso, ao colocar o nome do bisavô, encontrou uma certidão de nascimento de uma irmã de sua avó, no caso, Dona Ila. No mesmo mês, a neta ligou para a tia-avó, que mora em Cuiabá, e confirmou o parentesco.

O reencontro de Dona Ila, de 84 anos, e Dona Lucila, de 87 anos, foi organizado por todos os familiares. O encontro teve homenagens, choros emocionantes e a entrega do prometido “papatinho”.

“Senti muita alegria! O coração bateu muito forte por ver minha irmã, pois na verdade só tinha no pensamento que tinha uma irmã agora eu vi e abracei. Eu pude cumprir a promessa depois de 82 anos. Só tenho muito amor pela minha irmã”, disse D. Ila.

A conexão entre as duas irmãs parece não ter enfraquecido após as oito décadas de distanciamento. No reencontro as coincidências só reforçaram a sintonia, as duas estavam com as roupas da mesma cor, vermelha. Fonte: G1 MT

Veja vídeo: (G1 MT)