Venezuelanos acampam ao lado da rodoviária de Cuiabá; mulheres pedem esmola

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Um novo grupo de imigrantes venezuelanos chegou há duas semanas, em Cuiabá, e montou um acampamento ao lado do Terminal Rodoviário da cidade. Conforme apurou o Repórter MT, cerca de 20 indígenas da Venezuela estão morando em um canteiro, que fica entra as vias que dão acesso ao terminal.

A reportagem esteve no acampamento e conversou com eles. Jesus Henrique, de 24 anos, um dos integrantes do grupo, conta que eles estão no local porque não quiseram buscar ajuda na Pastoral do Migrante, onde estão outros venezuelanos, que não são índios e por isso acreditam, que sofreriam preconceito. Eles também recusaram o acolhimento oferecido pela Prefeitura de Cuiabá.

Os acampados se mantêm com o dinheiro que as mulheres arrecadam nos semáforos da Capital. Muitas delas levam crianças para pedir dinheiro nas ruas de Cuiabá. Os homens permanecem no acampamento.

“As mulheres saem para rua para pedir dinheiro. Não tem um emprego oficial, estamos procurando isso”, afirma.

Os imigrantes estão cozinhando com lenha das árvores ao redor, vivendo em uma situação precária e sem higiene. Jesus aponta que as necessidades no momento são de uma casa, alimentos e uma oportunidade.

“Estamos procurando falar com alguém que ajude todos nós. Estamos procurando alugar uma casa. Estamos precisando de alimento e roupa”.

O grupo está há um ano no Brasil, e já viveu nas cidades de Manaus (AM), e Porto Velho (RO). De acordo com Jesus, eles se mudaram para Cuiabá (MT), em busca de novas oportunidades, pois, suas antigas cidades de origem estavam superlotadas de venezuelanos.

Outro lado

A Secretaria de Assistência Social e Desenvolvimento Humano (SMADSH) informou que já tentou realizar o acolhimento do grupo que está ao lado da Rodoviária, no entanto, pelo fato de serem indígenas eles preferiram não ir para os abrigos.

A SMADSH explicou que possuiu três abrigos, com 50 vagas cada, permitido a estadia apenas de maiores de idade. Devido a isso, muitos venezuelanos preferem ficar na rua a ir para ao abrigo, para não ter que se afastar de suas crianças, que seriam lotadas em Casas Lar, temporariamente.

A Pastoral do Migrante possui um convênio com a Prefeitura, e quando há vagas, abrigam toda a família. No entanto, o local opera em sua capacidade total atualmente, com 130 pessoas, em sua maioria venezuelanos, e alguns haitianos e cubanos abrigados.

Fonte: Repórter MT