Valor da produção de MT supera o próprio recorde e aumenta 29%

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Mato Grosso garantiu, por mais um ano, o maior Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) de 2020.

O faturamento – da porteira para dentro – deve fechar o ano em R$ 156,26 bilhões, recorde de toda a série local.

Além de se manter líder por mais um ano, a frente de São Paulo, o saldo estadual é 28,92% superior ao contabilizado em 2019.

Se confirmar a projeção da Secretaria de Política Agrícola, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Mato Grosso, que já é há oito anos o maior produtor nacional de grãos e algodão, responderá por 18,4% do total do País, estimado em R$ 848,6 bilhões.

Dos mais de R$ 156,26 bilhões da produção agropecuária mato-grossense, R$ 129,52 bilhões virão da agricultura e outros R$ 26,74 bilhões da pecuária.

O VBP mostra a evolução do desempenho das lavouras e da pecuária ao longo do ano e corresponde ao faturamento bruto dentro do estabelecimento.

É calculado com base na produção da safra agrícola e da pecuária e nos preços recebidos pelos produtores nas principais praças do país.

Entre as culturas, a mais valorizadas estão a soja, com VBP em R$ 66,74 bilhões, algodão, com R$ 33,32 bilhões e o milho, com R$ 25,23 bilhões.

Na pecuária destacam-se a bovinocultura, R$ 20,88 bilhões, suínos com R$ 1,50 bilhão e ovos com R$ 901,27 milhões.

Vários produtos apresentam recorde de faturamento em 2020, como milho, soja, carne bovina e carne suína.

“O comportamento dessas atividades resulta em valor expressivo para o VBP neste ano”, avalia José Garcia Gasques, coordenador-geral de Avaliação de Política e Informação da Secretaria de Política Agrícola, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

Em relação ao VBP do Brasil, há alta de 13,14% em relação ao ano anterior.

Desse valor, R$ 572,27 bilhões referem-se às lavouras e R$ 276,32 bilhões à pecuária. As lavouras tiveram um aumento real de 16,9% e a pecuária, 6,1%, em relação a 2019.

Cinco lideram o ranking: Mato Grosso (18,4%), Paraná (12,9%), São Paulo (12%), Minas Gerais (10,7%) e Rio Grande do Sul (8,1%).

A projeção, com base nos dados de outubro, é resultado dos preços agrícolas pagos ao produtor e das exportações.

A maior parte dos produtos analisados apresentou aumento de preços, entre eles cacau (9,5%), café arábica (14,2%), feijão (17,2%), milho (17,6%), soja (26,4%), trigo (21,0%), maçã (20,6%), carne bovina (17,7%), carne suína (12,8%), ovos (8,3%) e arroz (22,3%).

Esses produtos, em razão dos preços e das quantidades produzidas no ano, foram os que apresentaram o melhor desempenho. Porém, a soja é o produto de maior destaque, com VBP estimado de R$ 223,2 bilhões, representando 26,3% do valor total do ano.

Além disso, dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam estoques reduzidos para vários produtos, o que mostra que as vendas no mercado interno e para fora do país estão aquecidas.

Um grupo reduzido apresentou desempenho baixo (banana, batata-inglesa, tomate, uva e carne de frango).

PROJEÇÃO PARA 2021 – As primeiras estimativas do VBP para 2021 indicam um cenário otimista.

O VBP projetado é de R$ 949,22 bilhões, 11,9% acima do observado neste ano (R$ 848,6 bilhões).

“Há boas perspectivas para soja, cuja previsão do VBP é de R$ 300 bilhões, contra R$ 223,2 bilhões neste ano.

Também há resultados melhores para arroz e carnes”, diz o coordenador da pesquisa.

Fonte: Diário de Cuiabá