Quem invadir hospital para filmar leitos da Covid-19 em MT vai preso, diz secretário

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em invadir hospital para filmar ou fotografar leitos públicos em Mato Grosso, fiscalizando se estão mesmo ocupados por pacientes com Covid-19, seguindo orientação do presidente da República, Jair Bolsonaro, será preso. A afirmação foi feita pelo secretário de Estado de Saúde, Gilberto Figueiredo, em live nesta manhã (16), sobre a pandemia. Pela internet, no domingo (14), Bolsonaro se dirigiu aos seus apoiadores pedindo que atuem como fiscais: “Se tem um hospital de campanha perto de você, tem um hospital público, arranja uma maneira de entrar e filmar”.

O secretário considerou a fala do presidente “totalmente desproposital”, gerando risco de contágio e agressão a pacientes e servidores, além dos próprios ativistas. “Isso é altamente reprovável”.

“Não concordo com invasão de hospital nem fora da pandemia quanto menos em momento de infecção altamente contagiosa. Isso não vai ocorrer nos hospitais daqui e quem forçar fazer isso vai ser preso, porque tem lei que proíbe e é para segurança das pessoas. Inclusive, não são permitidas nem visitas aos pacientes”, reagiu o secretário.

A live do presidente repercutiu no mundo jurídico. O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, criticou Bolsonaro e disse, através das redes sociais, que isso é incitação. “Invadir hospitais é crime, estimular também. O Ministério Público deve atuar imediatamente. É vergonhoso, para não dizer ridículo, que agentes públicos se prestem a alimentar teorias da conspiração, colocando em risco a saúde pública”. Outros juristas consideram que o presidetnte cometeu pelo menos três crimes: desrespeitar determinação epidemiológica em momento de infecção grave, incitação e apologia ao crime.

Na mesma live, Bolsonaro também insinuou que governadores e prefeitos, para criar pânico, estejam aumentando, propositalmente, estatísticas da pandemia.

Sobre isso, Figueiredo ressaltou que é vice-presidente do conselho nacional que articula todos os secretários de saúde dos estados brasileiros e é de comum acordo não camuflar nem omitir informações de interesse público, dando total transparência aos dados. Ele também cita o boletim epidemiológico estadual diário como um esforço de transparência, dando ampla publicidade aos dados repassados pelos municípios.

Fonte: RD News