Queimadas se alastram pelo Alto Xingu, no Norte de MT

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As queimadas se espalham pelas diferentes regiões de Mato Grosso.

Nos últimos dias, o fogo tem consumido o Alto Xingu, no Norte do Estado, uma das regiões com maior concentração de biodiversidade florestal do país e que compreende mais de 26 mil hectares de propriedades rurais, terras indígenas e áreas de conservação no norte mato-grossense.

No Estado, os incêndios atingem ainda o Pantanal.

No Xingu, apenas no fim de semana, nos dias 6 e 7 de setembro, foram identificados 31 novos focos de incêndio, vários deles de grandes proporções

. De acordo com informações da assessoria da Ong “Aliança da Terra”, os focos têm-se alastrado rapidamente, colocando em risco fazendas e populações indígenas que vivem no Xingu.

Na segunda-feira (8), líderes da etnia kamayurá enviaram um pedido de socorro à Ong, que há mais de dez anos auxilia e treina os indígenas no combate aos incêndios florestais.

“É desesperador”, lamentou Aline Locks, presidente da “Aliança da Terra” e CEO da “Produzindo Certo”, empresa surgida a partir da Ong com o foco de transformar cadeias produtivas através da adequação socioambiental de propriedades rurais.

“Nós apoiamos o Alto Xingu no combate às queimadas, formamos uma brigada indígena, que vem fazendo um trabalho excelente para salvas suas terras, mas esse ano, as coisas saíram do controle”, disse.

Em carta enviada à “Aliança da Terra”, Mayaru Kamayura, herdeiro do cacique, e Kanawayuri Kamayura, conselheiro da brigada indígena, reforçam que, além do caráter de urgência do combate ao fogo, a etnia enfrenta ainda casos de infecção com a Covid-19.

“Infelizmente, vivemos o momento fragilizado na saúde da comunidade e na Brigada Kamayura”, afirmam, no pedido de auxílio para conter as chamas nas áreas do lago Ypavu e Jacaré.

“A fumaça agrava ainda mais as complicações no sistema respiratório dos indígenas que contraíram Covid-19”, disseram.

A Brigada Aliança, que já vem atuando no combate a focos de incêndio em outras regiões, iniciou a mobilização para atender ao pedido dos Kamayurás “mas também precisamos de ajuda para ajudá-los”, explica Aline Locks.

Contribuições podem ser feitos através de contato direto com a gerente de projetos da Ong, Caroline Nóbrega (caroline.nobrega@aliancadaterra.org).

Fonte: Diário de Cuiabá