Pressão familiar após covid-19, pode levar Botelho a recuar de disputa à Prefeitura de Cuiabá

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O presidente da Assembleia, o deputado estadual democrata Eduardo Botelho – um dos nomes mais cotados para disputar a Prefeitura de Cuiabá, nestas próximas eleições -, começa a ensaiar uma possível desistência. Com sinalizações já sendo dadas que poderá apresentar, inclusive, seu recuo, já  durante a próxima reunião da cúpula do partido para tratar deste tema.

Caso recue, a discussão por um nome de peso volta à estaca zero e recoloca como opção da sigla, por enquanto, ao comando do Alencastro, o suplente de senador e presidente do democratas em Mato Grosso, Fábio Garcia.

Neste último dia primeiro de agosto – poucos dias depois de alta recebida do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo -, onde chegou a ficar duas semanas para se tratar de lesões nos pulmões, provocadas pelo novo coronavírus, Botelho, muitíssimo bem humorado, chegou a revelar que estaria pronto para o embate eleitoral.

A declaração foi dada após reunião no Palácio Paiaguás, com o embaixador da Bolívia no Brasil, Wilfredo Rojo Parada, o presidente da Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB), Richard Botello, e boa parte do staff do governador Mauro Mendes (DEM), em discussão sobre o fornecimento de gás da Bolívia para Mato Grosso.

O democrata chegou até mesmo a adiantar que já teria se reunido com Fábio Garcia e Alberto Machado[Beto Dois a Um, presidente da sigla em Cuiabá] para iniciar as tratativas eleitorais. E que nesta semana estaria marcada uma outra reunião, para que a legenda começasse a dar mais musculatura às conversações, como forma de consolidar nomes para estas próximas eleições municipais, em particular, os nomes que deverão disputar as prefeituras de Cuiabá e Várzea Grande.

“Tive uma reunião esta semana com Fábio Garcia[presidente estadual do DEM] e com Beto [Alberto Machado, presidente do diretório da sigla na capital] para definirmos nomes. E já tem outros reuniões marcadas para os próximos dias. E, claro, estou pronto para esta disputa na capital, ainda que eu ache que o mais importante agora é criarmos um programa para Cuiabá que não fique na mesmice. Um programa de geração de emprego e renda, porque este é, sem dúvida, o próximo passo, porque o número de desempregados está aumentando muito e temos que focar neste programa[…] Agora, nestas conversações, eu posso até recuar para apoiar outro candidato, mas prefiro que meu nome continue nesta disputa”, ainda disse Botelho, brincando

Mas como o parlamentar chegou a ter 70% do seu pulmão comprometido, a família o estaria pressionando, em particular sua esposa Sônia Botelho, que o acompanhou durante todo o tratamento em São Paulo. Chegando em comunicado, com sua volta à Cuiabá, a agradece-la, de forma especial, pelo carinho e presença constante. Ao alertar sobre a letalidade da covid-19, lembrando que a doença vem fazendo milhares de vítimas no Brasil.

Além do tratamento que Botelho ainda continua realizando, por conta das sequelas pulmonares, dona Sônia e o irmão do deputado, temem que a candidatura possa também prejudicar as empresas da família. Isto sem falar que seus familiares o estariam apoiando em uma outra empreitada que o presidente da Assembleia evita falar, contudo, não descarta: ir para o Tribunal de Contas como conselheiro.

Pesam nesta cabo de guerra – entre a vontade de Botelho e o desejo da família -, também a preferência do governador Mauro Mendes (mesmo partido) ao nome de Fábio Garcia, de quem é amigo de longas datas. E o apoio já amarrado da própria cúpula do partido, que nas eleições de 2018, negociou com Garcia sua desistência de uma reeleição à Câmara Federal, sob o compromisso de que fosse, agora, em 2020, o nome oficial do partido na disputa pela Prefeitura de Cuiabá.

A consolidação do nome de Garcia, entretanto, pode acabar se fragilizando com a entrada em cena de nomes que têm imagens políticas mais cristalizadas do que a dele. E ainda a exigência do suplente de senador que todo o partido esteja fechado com ele.

De volta à Casa de Leis

Botelho retornou à Cuiabá no dia 28 de julho, depois de duas semanas internado no Sírio-Libanês, em São Paulo. Ele foi internado no dia 13 de julho, mas mesmo na semi-intensiva fez questão de por pelo menos duas vezes – neste ínterim -, postar vídeos em suas redes sociais, para explicar sobre o seu quadro de saúde.

De volta à capital mato-grossense, mesmo em conversas virtuais com jornalistas tem alertando sobre a necessidade de continuar os cuidados, para conter o avanço do vírus, principalmente com o retorno das atividades comerciais.

Fonte: O Bom da noticia