Os agentes da Polícia Civil, Militar e do Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer) montaram um cerco no distrito de Japuranã em Nova Bandeirantes (1.020 km de Cuiabá) para conseguirem prender cerca de oito criminosos que renderam funcionários e clientes de duas agências bancárias na manhã desta sexta-feira (4).
De acordo com as informações da Ciopaer, depois de libertarem o grupo de reféns no início da tarde, os bandidos fugiram da agência bancária em três veículos e seguiram em direção do distrito de Japuranã.
Próximo ao distrito, os criminosos queimaram um dos veículos e tentaram fugir em um avião. No entanto, ao perceberem que uma equipe da polícia estava no local, fugiram para uma região de mata. Helicópteros da Ciopaer estão auxiliando nas diligências para localizarem os criminosos.
Segundo a PM, cerca de 120 militares também estão no local. Conforme o Batalhão de Operações Especiais (Bope), os bandidos que atuam na modalidade “Novo Cangaço” ainda não foram encontrados.Invasão das agências
Os criminosos invadiram as agências no período da manhã desta sexta-feira (4). Informações preliminares apontam que os ladrões utilizam fuzis e espingarda calibre 12 na ação criminosa.
Os bandidos invadiram as unidades bancárias e renderam as vítimas. Os policiais disseram que os criminosos fizeram as vítimas de escudo humano para roubarem grandes quantidades de dinheiro das unidades bancárias. No entanto, o valor ainda não foi informado.
A mobilização de agentes do Pará e Amazonas se deu porque o município de Nova Bandeirantes tem saída para estes dois estados. Segundo fontes do portal, os criminosos teriam fugido sentido Distrito de Japuranã, onde queimaram pontes para dificultar o trabalho policial.
Imagens obtidas da fuga dos bandidos mostram uma caminhonete repleta de pessoas na carroceria, que seriam utilizadas como uma proteção contra investidas da polícia.
Pelo fato de a ação ainda estar em andamento, não há informações sobre o número de criminosos envolvidos ou se os bandidos fizeram alguma vítima durante a fuga.
Esse tipo de crime, denominado “Novo Cangaço”, havia desaparecido de Mato Grosso nos últimos anos.
Veja como ficou o supermercado:
Cidade viveu dia de terror
“As paredes estão todas marcadas de tiro, foi muito aterrorizante”. A dona de um supermercado em frente ao banco onde bandidos armados fizeram reféns durante um roubo, em Nova Bandeirantes, relatou os momentos de desespero durante a ação criminosa.
O crime, no estilo “Novo Cangaço”, aconteceu na manhã desta sexta-feira (4).
A empresária, que não quis se identificar, relatou ao MidiaNews que mora há 35 anos no Município e nunca havia presenciado nada parecido. Ela afirma ainda que o momento foi “desesperador”.
“Nós nos escondemos porque era muito tiro. O pessoal estava muito bem armado, foi a maior correria. Somos uma cidade super-pacata e, de repente, acontece uma coisa dessas. A gente fica até meio sem ação, foi muito tiro, quebraram as vidraças aqui do mercado”, contou.
No momento do crime oito funcionários trabalhavam no estabelecimento, que também estava lotado de clientes que faziam suas compras. Segundo a empresária, um dos empregados foi quem viu a aproximação do grupo criminoso.
Os bandidos estavam usando roupas camufladas e portavam fuzis. Logo que viu a cena, a dona do estabelecimento entendeu que se tratava de um assalto.
“Falei ‘é um assalto’. Corri, encostei a porta do mercado e já foi aquele tiroteio e aquela loucura que aconteceu, foi muito rápido”, relembra.
Uma das funcionárias também contou à reportagem que não chegou a ver os criminosos, pois, assim que ouviu os tiros, foi se esconder no depósito do supermercado junto com os outros colegas de trabalho e clientes.
“Nós nos escondemos porque era muito tiro, o pessoal estava muito bem armado, foi a maior correria. Não ficou ninguém aqui na frente porque eles chamavam e queriam que ficássemos de refém com eles. Fizeram uma corrente de refém na frente deles”, relata a empresária.
Apesar do susto e dos momentos de terror, a empresária afirma que todos ficaram bem e não saíram feridos.
Os únicos danos sofridos foram materiais com a estrutura do supermercado danificada pelos tiros. “O que estragou a gente recupera”.
Fonte: Gazeta Digital/Repórter MT/Midianews
