Petrobras reajusta preço de diesel e caminhoneiros querem antecipar greve

Fonte:

O anúncio do presidente da Petrobras Roberto Castello Branco, no começo da noite de ontem (17), que o preço do diesel nas refinarias vai ficar 10 centavos mais caro, subindo de R$ 2,14 para R$ 2,24, provocou a indignação de uma parcela de caminhoneiros. Com a medida, a categoria já ameaça parar no próximo dia 29. No mês passado, a categoria já disse que se a Petrobras reajustasse novamente o valor do diesel o movimento paredista seria deflagrado em 21 de maio, data que completa um ano da greve de 2018.

Três fatores envolvem o atual contexto da reivindicação dos caminhoneiros. O primeiro é porque em 2018, a solução para a greve, que durou quase um mês e desabasteceu por completo o país, ocorreu após a criação da proposta da tabela de frete, que passou a servir como um parâmetro de preço mínimo para que os caminhoneiros autônomos pudessem negociar suas viagens.

Um ano depois, a tabela ainda não foi colocada em prática, apesar de estar em vigor. Os caminhoneiros cobram do governo federal fiscalize a tabela e exigem que as empresas que contratam os serviços de transporte rodoviário cumpram com a obrigação.

O segundo fator que envolve a atual crise dos caminhoneiros é a principal motivação que já produziu outras crises na categoria, tanto no governo Dilma Rousseff, quanto no governo Michel Temer, que é a elevação do preço do óleo diesel. Desde que Temer assumiu foi adotada a política de ajuste de preços de acordo com a cotação do barril de petróleo nos Estados Unidos, o que fez o preço do diesel disparar no Brasil.

O terceiro fator que está interferindo nesta conjuntura da iminente greve dos caminhoneiros é que uma grande parte dos profissionais votou em Jair Bolsonaro (PSL). Esses eleitores estão querendo dar mais um tempo para que o presidente promova alguma política que reverta a situação de reajuste constante do diesel, mas a ala de caminhoneiros que não votou em Bolsonaro já está pronta para a paralisação.

Um dos líderes do movimento dos caminhoneiros no país, Wanderlei Alves, o Dedeco, de Curitiba (PR), ele aponta que a categoria não consegue mais manter os custos de operação com o valor do diesel tão alto, sendo que só o combustível já representa mais de 70% do custo.

Fonte: RD News