Ouvido pela Polícia Federal, jornalista diz que investigava denúncia de pedofilia

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O repórter Arthur Garcia foi alvo de mandado de busca e apreensão na manhã desta terça-feira (11), durante a Operação Falso Álibi, da Polícia Federal, que combate crimes de exploração sexual e infantil em Mato Grosso e em Goiás. Ele foi apenas ouvido e liberado.

Ainda na manhã desta terça, Arthur foi ao ar no Programa do POP, da TV Cidade Verde, onde trabalha, e esclareceu o ocorrido. Segundo ele, as imagens que tinha em seu celular fazem parte da denúncia de um homem, que se identificou como delegado da Polícia Civil de Goiás.

Conforme Arthur, no dia 11 de agosto do ano passado, o homem disse que havia denúncia de que, em um grupo de WhatsApp, eram divulgadas imagens de pedopornografia. O grupo seria administrado por um mato-grossense e, esse suposto delegado perguntou se o jornalista gostaria de receber prints do grupo.

Arthur chegou a divulgar o áudio enviado pelo homem que se passava por delegado. “Ele dizia: ‘Eu tentei passar e-mail para Polícia Civil daí, mas está retornando. Vou te mandar os conteúdos que tenho, ou se quiser uma investigação mais profunda, eu peço para te colocarem no grupo’”, explicou Arthur Garcia.

O repórter continuou, dizendo que pediu as imagens para o homem, mas, ao receber, não conseguiu ver todas. “Eu visualizei, mas não abri o resto. Quando abri os primeiros prints, eu juro para você que não consegui abrir o resto. Porque é nojento”, disse.

Segundo Arthur Garcia, o delegado da Polícia Federal a quem prestou depoimentos, disse que o fato dele não ter baixado parte dos arquivos encaminhados pelo homem de Goiás, “mostra lisura”.

“O próprio delegado me falou que há elementos que comprovam a minha lisura. Ele me disse o seguinte: como você não fez o download dessas imagens, já caracteriza que você não replicou essas imagens e não ligação nenhuma com ele”, terminou.

Investigação

Segundo a Polícia Federal, o nome da operação reporta-se ao modo de agir dos investigados que, a pretexto de denunciarem essa prática criminosa, participavam ativamente do oferecimento, troca, distribuição dessas imagens.

Um deles, inclusive, ainda se passava por delegado ambiental federal, chegando a fornecer o endereço da Polícia Federal em Jataí em alguns cadastros, tudo a indicar a tentativa de criação de um falso álibi. Ele foi preso em Mineiros (GO) e na ocasião, os agentes apreenderam vários “uniformes” e documentos falsos.

A operação contou com cerca de 13 policiais federais, que cumpriram quatro mandados judiciais, sendo três de busca e apreensão e um de prisão preventiva, em Mineiros/GO e Cuiabá/MT.

A pedofilia na internet corresponde à produção, publicação, venda, aquisição, troca, armazenamento de pornografia infantil por meio de páginas da web, e-mail, salas de bate-papo ou qualquer outro meio.

Fonte: Repórter MT