Oportunidades, inclusão e acessibilidade são desafios para pessoas com deficiência física

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Nesta quarta-feira (11.10) é celebrado o Dia Nacional da Pessoa com Deficiência Física e um dos principais desafios é a acessibilidade. Cuiabá, por exemplo, ainda tem calçadas estreitas, postes no meio do passeio público, ausência de pisos táteis, falta de rebaixamento do meio fio, buracos nas vias públicas.

Sair de casa com a filha Camila Mayer, 28 anos, é um desafio para a servidora pública Regiane Mayer. A filha tem paralisia cerebral e usa cadeira de rodas. Ir para um passeio no centro da cidade é algo quase impossível diante das dificuldades.

“A questão da acessibilidade melhorou em relação há anos, mas eu preciso carregar a minha filha, desmontar e montar a cadeira. No Parque Mãe Bonifácia o elevador da torre não funciona, tivemos que levar ela no colo. Uma das coisas mais difíceis é a pessoa com deficiência participar da vida social devido à falta de acessibilidade”, comentou Regiane.

Ela conta que descobriu que a filha tinha algo diferente aos 9 meses, quando era considerada muito “molinha”. Com 1 ano e 2 meses veio o diagnóstico de paralisia cerebral. Desde então, Camila realiza terapias e a deficiência nunca a limitou. Ela estudou em escolas regulares e formou em Administração de Empresas pela Universidade Católica Dom Bosco, por meio de ensino à distância.

“Quando ela era criança a levei no show da Sandy e Junior, e ela sempre gostou de shows, e uma das profissionais que atendia viu como ela conseguia interagir com outras crianças. Depois disso, ela passou a frequentar escola regular”.

A avó de Camila foi a primeira professora dela. Depois se aposentou em passou a ser cuidadora da neta, todos os dias, do ensino fundamental até a faculdade.

Hoje, Camila Mayer é uma adulta ativa, continua indo aos shows, vende produtos de beleza, mantém suas redes sociais e continua a terapia todas as semanas na Clínica Vital Kids, em Cuiabá.

Para a Doutora em Distúrbios do desenvolvimento pelo Mackenzie em SP e diretora técnica da Clínica Vital Kids, Camila Albues, a deficiência não é limitante e não resume uma criança ou um adulto. A pessoa tem seu protagonismo e tem o direito de ter acesso aos lugares, oportunidades de estudo, lazer e ao mercado de trabalho.

“É um dia para a gente refletir. A deficiência não é o fim, mas sim o início para lutarmos pelos nossos filhos e suas independências e potenciais! apesar de causar impacto pelas “diferenças”. cadeira de roda, uma mão, uma perna, mas isso é comum e faz parte do ser humano. As diferenças é que nos faz normais e há beleza no diferente”, argumenta Camila Albues.

Ela elenca que os em primeiro lugar é preciso entender que a deficiência não determina ninguém, segundo, é necessário a inclusão social das pessoas com deficiência física nos espaços sociais como escolas, clubes, igrejas, dentre outros e, por último, empatia e respeito são fundamentais, como o simples fato de respeitar a vaga destinados a pessoas com deficiência nos estacionamentos.

“Ser diferente é normal, depende da forma como olhamos o mundo e as potencialidades de cada um”, desabafa a Doutora Camila Albues.