Após a descoberta da existência de um suposto ‘chupa-cabra da Guia’, o HNT esteve no assentamento Nossa Senhora da Paz, localizado no Distrito da Guia, zona rural de Cuiabá, para ouvir as teorias em torno do “animal misterioso” que se alimenta apenas das vísceras de porcos e galinhas. À reportagem, uma moradora identificada como ‘dona Rosinha’ afirmou que, além de ter visto o animal, nunca havia se deparado com bicho como aquele.
“Ele tem os olhos fundos e em volta é tudo bem avermelhado, só de bater o olho já dá pra ver que ele não é um gato de casa, mas sim um gato do mato, eu nunca tinha visto aquele bicho. O Samuel [seu marido] falou a mesma coisa, ele acha que é uma jaguatirica, ele é grande como uma jaguatirica, só que ele é muito esquisito, é um gato feio demais”, relatou.
Moradores mais antigos do assentamento, Rosinha e seu marido Samuel garantem fielmente ter visto o animal. Ambos acreditam que os ataques sejam advindos de um ‘gato do mato’. Sem afirmar com certeza que o vulto visto no quintal se tratava de um felino, o casal diz ser ele o responsável pelos ataques na propriedade. Uma hora jaguatirica, outrora filhote de ‘oncinha preta’.
‘Seu Francisco’, que reside na região há cerca de 7 anos e a esposa, ‘dona Marina’, fazem do comércio de galinhas caipiras o seu ganha pão. Ao HNT, o produtor explicou que, no seu caso, ele acredita ser um tatupeba. Também conhecido como “papa-defunto”, o onívoro se alimenta de uma vasta gama de plantas e animais, inclusive carniça.
Foi um ataque às galinhas de Francisco que repercutiu a famosa história do “chupa-cabra da Guia”. Em um vídeo, é possível ver algumas galinhas já mortas e sem as vísceras.
“Dos nossos, esse bicho já matou dois leitõezinhos, com três dias de nascido, e deles comeram só o cérebro. Das galinhas, comeram só as tripas. Foram vários, já chegou a comer inteiro, outros, só a cabeça, as asas e os pés, mas, normalmente, ele mata e só come as tripas. Até hoje, nunca vi nenhum bicho que pudesse fazer isso, a gente só encontra o cadáver deles. Moramos aqui há 7 anos e essa é a primeira vez que isso acontece, deve ser o ‘peba’, que come até difundo”, contou.
Conforme ‘Dona Naza’, residente há 11 anos no mesmo assentamento, desde o início dos ataques, ela tem evitado sair sozinha e à noite no quintal de sua propriedade.
“Tem 11 anos que eu moro aqui, antes eu ia à noite, com lanterna, até o chiqueiro dos porcos, ficava acordada até 22h, 23h. Mas, agora, 19h eu já ‘tô’ deitada, de tanto medo. O telefone pode tocar que eu não levanto da cama nem”, acrescentou.
Segundo ela, seu quintal já foi cenário de ataques ‘macabros’. Ao HNT ela relatou, inclusive, ter visto um ‘vulto preto’ tentando atacar uma de suas galinhas.
“Eu escutei o barulho dele nas folhas secas, quando chegou bem de baixo do pé de manga, bem aqui no meu quintal, no limpo mesmo, ele pegou a galinha e quebrou o pescoço dela. De manhã, ele pegou essa, mas, como eu gritei, ele deixou ela lá batendo asa. Quando eu cheguei perto pra ver, tinha marca de dente dos dois lados do pescoço dela e no corpo não tinha nada”, disse.
Apesar de não existirem registros que comprovem sua real existência, a presença da criatura tem aterrorizado os produtores da região.
Sendo uma criatura lendária no folclore de partes das Américas, o nome ‘chupa-cabra’ vem do vampirismo relatado do animal, visto que, o suposto animal ataca e bebe o sangue do gado, incluindo cabras. (HNT)
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