Mãe de Isabele desabafa após laudo que recomenda soltura de atiradora

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A mãe de Isabele Ramos, Patricia Guimarães Ramos, fez desabafo emocionado nas redes sociais após divulgação de laudo que recomenda soltura da assassina da filha. No texto publicado em rede social, ela menciona que a filha sempre foi amorosa e fez amizades que julgava confiáveis “nunca em sonhos imaginou que seriam capazes de dar um fim à vida dela”, diz trecho da publicação feita na quinta-feira (20).

A menor que matou Isabele com tiro no rosto está internada no Centro de Ressocializaçõa Menina Moça, no Complexo Pomeri, desde janeiro de 2021.

Ela foi condenada por crime análogo a homicídio

culposo e pode ficar internada por até 3 anos. Nesse meio tempo, ela passa por avaliação a cada 6 meses para identificar se tem condições de ser solta ou seguir internada. A primeira avaliação foi feita em setembro passado. Essa é a segunda análise e o laudo que recomenda liberdade à menor ainda será julgado pelo juízo da 2ª Vara Especializada da Infância e Juventude de Cuiabá.

“Será mesmo? Fico me perguntando quando olho por tudo a minha volta, quando ando pelas ruas de onde moro e me lembro dela ainda pequena, quando aprendeu a andar de bicicleta, quando fez as primeiras amizades, quando passeava com o cachorro, quando cresceu e assim em busca de resolver os próprios traumas e conflitos. Fez amizades que acreditava ser confiáveis.. amizades essas que jamais, nunca em sonhos, imaginou que seriam capazes de dar um fim à vida dela (sic)”, escreveu a mãe.

Isabele e a menor eram melhores amigas. No dia do crime, estavam na casa da ré fazendo uma sobremesa com os familiares da atiradora. A vítima tinha 14 anos quando morreu, em julho de 2020.

“Vida linda, de uma criança tão cheia de sonhos, tão amada, inteligente, com tanta vontade de viver, cheia de vida, de desejos, de vontades, tão sensível, doce. Ahh minha eterna Bele, aonde você esteja eu sou só saudade, eterna saudade (sic)”, diz a mensagem.

O caso

Isabele Guimarães Ramos, 14, foi morta com um tiro no rosto, em 12 de julho de 2020, quando estava na casa da melhor amiga, a adolescente B.D.O.C.

A amiga alegou que o disparo que matou Isabele foi acidental, no entanto, o inquérito da Polícia Civil concluiu que o homicídio foi doloso, ou seja, com intenção de matar.

O tiro que matou a menina foi disparado em linha reta, a curta distância. O cenário descartou possibilidade de acidente, como a ré alegou.

A investigação durou 50 dias e autuou 4 pessoas, além da adolescente, que chegou a ser denunciada pelo Ministério Público Estadual (MPE), foi internada e passou menos de 16 horas no Pomeri, mas conseguiu liberdade, depois houve nova decisão que a mantém recolhida até então.

O Ministério Público do Estado (MPE) denunciou o empresário Marcelo Martins Cestari e a esposa Gaby Martins Cestari, pais da adolescente que matou Isabele, pelos crimes de homicídio culposo, corrupção de menor, porte ilegal de arma, fraude processual e entregar arma para menor de idade. Caso condenados, eles podem pegar mais de 15 anos de prisão. O pai foi absolvido do crime de porte ilegal de arma, ainda não houve decisão em relação aos demais crimes.

Fonte: Gazeta Digital