Justiça aumenta fiança e revoga indiciamento de pai de adolescente

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O juiz João Bosco Soares da Silva, da 10ª Vara Criminal de Cuiabá, estabeleceu em 50 salários mínimos – o equivalente a R$ 52.250,00 – o valor da fiança para o empresário M.M.C., de 46 anos, pai da adolescente de 14 anos, acusada de disparar e matar a amiga dela, a estudante Isabella Guimarães Ramos, que tinha 14 anos.

O crime aconteceu no dia 12 de julho, no Condomínio Alphaville, no bairro Jardim Itália, na Capital.

A decisão foi proferida na manhã desta segunda-feira (3) e, nela, o juiz revogou um indiciamento do empresário por homicídio culposo (quando não há intenção de matar).

M.C. chegou a ser preso na noite do crime, por posse irregular de arma de fogo, mas foi libertado, após pagar fiança de R$ 1 mil.

O juiz João Bosco Soares chegou a aumentar a fiança para R$ 209 mil, após ter acatado os argumentos do Ministério Público, de que a Polícia Civil não considerou a existência de sete armas apreendidas na casa onde ocorreu o crime serem importadas ou de calibre restrito.

Só que a defesa do empresário alegou que o cliente estaria passando por “severa dificuldade de liquidez financeira, em período de pandemia”.

De acordo com a defesa, só neste semestre, a empresa de M.C. perdeu ou deixou de faturar um terço do que ganhou no mesmo período do ano passado e acumulou um prejuízo de quase R$ 700 mil.

“No que se refere à atual situação financeira do averiguado, majoro/reforço, estabelecido pela autoridade policial ao então conduzido, para o patamar correspondente a 50 salários mínimos, totalizando atualmente o importe de R$ 52.240,00”,  diz trecho da decisão do juiz João Bosco Soares.

O desembargador Rondon Bassil Filho, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, , suspendeu a decisão anterior.

A defesa da mãe de Isabele Guimarães Ramos chegou a pedir uma fiança de R$ 1 milhão.

DEPOIMENTO – Conforme revelou reportagem do “Fantástico”, da Rede Globo, no domingo (2), ouvida em depoimento pelo delegado Wagner Rissi, do Complexo Delegacia Especializada de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (Deddica) e Delegacia Especializada do Adolescente (DEA), uma vizinha da mansão do empresário M.M.C. deu novas informações.

Segundo ela, a acusada de atirar contra Isabelle e a irmã dela mais velha trocaram de roupa na casa dessa testemunha, logo após o tiro e a confusão que se formou dentro da suíte da mansão onde aconteceu o crime.

Até agora, a Polícia Civil já ouviu nove pessoas e ainda espera ouvir outras, na tentativa de juntar provas que possam levar à elucidação do crime.

Fonte: Diário de Cuiabá