Juiz manda investigador que matou PM para presídio militar em Chapada

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O juiz Geraldo Fernandes Fidelis Neto, em audiência de custódia do investigador Mário Wilson Vieira, que matou o policial militar Thiago Ruiz, em Cuiabá, destacou o paradoxo de um assassinato em local público, justamente de uma pessoa que deveria, no papel de policial civil, salvaguardar a vida e a sociedade.

Na decisão, lavrada na tarde desta sexta-feira (28), converteu a prisão em flagrante do investigador para preventiva e mandou que ele seja transferido para um presídio militar em Chapada dos Guimarães.

“Assim, em análise superficial da matéria, característica da audiência de custódia, tais fatos indicam pela extrema gravidade da ocorrência e a consequente necessidade de salvaguardar a ordem pública. Mesmo porque, frisa-se, a condição de policial civil, isto é, detentor do direito e dever de guardar pela segurança social, além do fato se se encontrar em local público, não impediram o custodiado de, ao que consta dos autos, agir contra a vida da vítima”, escreveu.

O homicídio aconteceu na madrugada de quinta-feira (27), em uma conveniência na frente da Praça 8 de Abril, em Cuiabá. Thiago chegou a ser socorrido, mas morreu no hospital. Mario fugiu do local do crime, mas se apresentou ainda na quinta e foi preso em flagrante.

Em depoimento, ele disse não saber que Thiago era policial e, ao vê-lo armado, decidiu tomar a arma. Quando Thiago reagiu para pegar o revólver calibre 38 de volta, entraram em luta corporal e Mário decidiu atirar. Foram cinco tiros, dois pelas costas.

Na decisão, o juiz Geraldo Fidelis destacou as imagens da câmera de segurança da conveniência do posto Conte Comigo, que mostram a gravidade de toda a situação de risco em que todos no local ficaram expostos, devido à ação de Mario Wilson.

“A gravidade dos fatos se revela através da sua forma de execução, mormente a ocorrência de diversos disparos de arma de fogo contra a vítima, o que se constata através da ‘investigação preliminar’ de fls. 44ss, cujo teor informa a existência de projéteis e estilhaços de vidro no local dos fatos, além da verificação, a ‘olho nú’, de perfurações no corpo da vítima. Frisa-se, mais de um disparo em local público!”

Mario Wilson Vieira foi enviado ao presídio militar de Chapada “a fim de garantir a sua integridade física e psicológica, tendo em vista que se trata de policial civil”.

Fonte: Repórter MT