Jornal Nacional mostra família de dentistas de VG que participa de testes da CoronaVac

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Uma família de dentistas de Várzea Grande participa dos testes da CoronaVac, feitos pelo Instituto Butantan. Logo que os testes começaram, o dentista Ernane Lacerda de Oliveira Júnior não teve dúvida e se inscreveu como voluntário.

Ele, a esposa e o pai são dentistas em Várzea Grande, na região metropolitana de Cuiabá. Todos receberam as doses. Mas eles ainda não sabem quem tomou a vacina e quem tomou placebo.

A gente não teve absolutamente nada, nada mesmo, nada digno de nota. Nos dois primeiros dias eu tive uma levezinha dor de cabeça e minha esposa não teve absolutamente nada”, diz Ernane.

A família de Ernane faz parte de um grupo grande voluntários no país. O Butantan, que está pedindo uso emergencial da CoronaVac, fez testes com 12.400 pessoas, todos profissionais de saúde.

Foram utilizados 16 centros de pesquisa em setes estados e no Distrito Federal. De todos os centros de pesquisa, o do Instituto Emílio Ribas em São Paulo é o que teve o maior número de voluntários: 1.430.

“O estudo só pode acontecer porque houve voluntários. Nós participamos, demos o nosso melhor nos centros de pesquisa do Brasil, mas tudo isso aconteceu pelos voluntários, então, nossa profunda admiração e agradecimento”, disse Ana Paula Veiga, que é coordenadora do Centro de Referência em Imunobiológicos do Instituto de Infectologia Emílio Ribas.

Na quinta-feira (7), o Instituto Butantan divulgou os resultados positivos da CoronaVac no Brasil.

Em Porto Alegre, a médica Alice Becker Teixeira, que trabalha em dois hospitais públicos, ficou feliz em saber que ajudou como voluntária.

“Foi de muita felicidade, muita esperança. Eu já esperava que fosse dar certo o estudo. Eu confiei no estudo desde o início”, afirma a médica.

Todos os voluntários vão continuar sendo acompanhados pelos médicos.

“Nós entramos em contato telefônico semanalmente até a 13ª semana desses voluntários para saber como eles estão e, depois da 13ª semana, a cada 15 dias por um período de 12 meses”, afirma Ana Paula Veiga.

Segundo o Instituto Butantan, os voluntários do estudo clínico da CoronaVac que receberam doses do placebo terão direito a tomar a vacina de forma prioritária.

Mas isso só vai acontecer depois que a Anvisa autorizar o uso emergencial da CoronaVac. E a Comissão Nacional de Ética em pesquisa também precisa aprovar essa vacinação em quem tomou placebo.

Infectologista há 49 anos, o professor da Faculdade de Medicina da USP Marcos Boulos destacou a coragem dos profissionais da área da saúde, que se voluntariaram no meio de uma pandemia.

“A vacina foi um ato voluntário, um ato muito próprio do profissional de saúde que se doa para seu paciente, ele se doa para a comunidade em geral para ter os resultados mais rápido possível para proteger a população”, disse Boulos.

“Eu confio muito na ciência. Eu fiz odontologia, então tem 20 anos que eu confio na ciência. Se eu não confiasse na ciência, eu não podia ser dentista. Eu vou tomar não só por minha causa, mas eu penso em muita gente que não pode ser vacinada. Eu penso nas outras pessoas também”, afirmou Ernane.

Fonte: Jornal Nacional

Fonte: Repórter MT