‘Força Nacional vai ajudar nas buscas contra serial killer’, diz secretário de segurança

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RIO – Com as buscas pelo serial killer Lázaro Barbosa chegando ao nono dia, o secretário de segurança pública de Goiás, Rodney Miranda, afirmou nesta quinta-feira que a Força Nacional vai ajudar na captura do criminoso. Segundo ele, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, ligou ontem oferecendo 20 agentes para reforçar a força-tarefa montada para deter o assassino.

— Nós recebemos duas informações e estamos delimitando a área. As informações estão sendo checadas. Vamos ver se dessa vez a gente tem sucesso em encontrar esse sujeito e tirá-lo daqui — disse o secretário. — São duas pessoas que avistaram ele. Já estivemos no local, as duas informações são muito boas, a nossa inteligência está fazendo outros filtros para ver se realmente confere, mas independente disso nosso time de operações está todo na rua, literalmente caçando esse sujeito.

De acordo com o secretário, agentes da Polícia Federal também se juntaram ontem à noite à força-tarefa nas buscas por Lázaro. Ele disse ainda que a estratégia para capturar o serial killer não vai mudar.

— Estamos chegando cada dia mais perto e vamos persistir — afirmou.

O secretário de segurança pública do Distrito Federal, Júlio Danilo, também está se juntando à equipe. Ontem, o governador do estado, Ibaneis Rocha, declarou que Lázaro faz as polícias “quase como bobas”. Em reação à delcaração, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, saiu em defesa dos policiais goianos e afirmou que não se deve tratá-los com grosseria.

Na noite de ontem, também circularam nas redes sociais boatos de que o serial killer havia sido capturado e baleado. As informações foram desmentidas. Segundo Miranda, as fake news atrapalham a operação pois ocupam tempo na checagem.

— É um problema, sim, as fake news, dizendo que ele já tinha sendo baleado, outra que ele estava morto. Isso tudo atrapalha, porque a gente tem que ter não só a inteligência, mas nossas unidades de operação têm que checar. Às vezes a gente deixa de atender mais rapidamente uma informação procedente para ir em uma que não tenha relevância — disse.

O secretário contou ainda que dois moradores relataram ter visto Lázaro nesta manhã em Girassol, distrito de Cocalzinho de Goiás. Os agentes fazem buscas na região, com apoio de helicópteros.

— Ele está mantendo o padrão, mas a cada dia mais desgastado e cometendo mais erros. E é nesse erro que vamos pegar ele – afirmou Miranda. — É um indivíduo extremamente perigoso, que não tem nenhum valor à vida, motivado a fazer maldade, a matar. Não vai se entregar. Conhece essa região aqui como ninguém, principalmente as grotas, beira de rio e tudo mais e tem um poder de mobilidade muito grande.

A operação

Cerca de 300 agentes das forças de segurança das policias militar, civil e federal de Goiás e do Distrito Federal continuam no encalço do serial killerLázaro Barbosa de Sousa, de 32 anos. Os policiais contam com três helicópteros, cães farejadores e equipes munidas de equipamentos de visão noturna e térmica, além de drones e profissionais de inteligência. As buscas por Lázaro, que teria assassinado uma família inteira no Distrito Federal na semana passada, estão no seu nono dia. Um perímetro foi estabelecido em Cocalzinho de Goiás, que fica na divisa com o DF, onde as operações se concentram.

De acordo com Miranda, as forças de segurança acreditam terem conseguido cercar Lázaro em uma área de cerca de 10 a 15 quilômetros quadrados. As dificuldades quanto as buscas estariam por se tratar de uma região de mata e com relevo acidentado, com muitas grotas. Segundo informações da polícia, na quarta-feira, moradores teriam feito contato visual com o assassino, justamente dentro da área que as forças de segurança imaginavam que ele estaria.

Como Lázaro passa os seus dias em fuga pelo mato, é nessas áreas que as operações da força-tarefa têm se concentrado. De acordo com as informações divulgadas pelas forças de segurança, o assassino tem o costume levar suas vítimas para beira de rios e córregos. Na terça-feira, ele quase teria matado uma família, feita refém nas proximidades de um riacho.

Também faria parte do modus operandi do criminoso, de acordo com o secretário, sair da mata durante a noite para buscar abrigo e comida em chácaras da região. Foi em momentos como esse que ele teria entrado em conflito com moradores, como o que aconteceu na segunda-feira.

A força-tarefa montada pelas secretarias de Segurança Pública de Goiás e do DF tem base no município de Cocalzinho, em Goiás. O grupo conta com equipes da Polícia Militar (PMDF), da Polícia Rodoviária Federal (PRF), da Polícia Federal (PF) e da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), além de reforço da cavalaria. São usados cães farejadores, três helicópteros e drones. Agentes fazem buscas em estradas e param carros para revistá-los.

Os crimes de Lázaro

Quarta-Feira, dia 9 de junho: Lázaro invade a chácara de Cláudio Vidal e mata ele e seus filhos, em uma ação que dura cerca de 10 minutos. No momento da fuga, faz Cleonice Marques, de 43 anos, mulher de Cláudio, refém e a sequestra. Logo após a entrada do bandido na casa, ela teria feito uma ligação para seu irmão pedindo por socorro. Sua família chega momentos depois, mas encontra apenas os corpos de Cláudio e seus filhos.

Quinta-feira, dia 10 de junho: Na parte da manhã, Lázaro Barbosa teria invadido outra residência apenas três quilômetros de distância da chácara da família de Cláudio e Cleonice. Ele teria mantido a dona da casa, Sílvia Campos, de 40 anos, e o caseiro, Anderson, de 18, sob a mira de sua arma durante três horas e os obrigado a fumar maconha. Ele teria roubado cerca de R$ 200 e celulares antes de deixar a residência. Cleonice continua desaparecida.

Sexta-feira, dia 11 de junho: Lázaro é suspeito de roubar um carro e fazer mais um refém. Ele teria deixado Ceilândia e ido para Cocalzinho, em Goiás. Lá, incendeia o veículo. A polícia acredita que ele pode ter contado com a ajuda de um comparsa nesse momento. As buscas por Cleonice continuam.

Sábado, dia 12 de junho: O corpo de Cleonice é encontrado em um córrego próximo ao Sol Nascente. Enquanto isso, Lázaro teria invadido uma residência nos arredores de Lagoa Samuel, onde teria ingerido bebidas alcoólicas, feito o caseiro refém e destruído o seu carro. Horas depois, ele teria invadido outra chácara, atirado em três homens e roubado armas de fogo. À noite, teria incendiado uma casa em Cocalzinho. Alguns relatos afirmam que ele teria trocado tiros com a polícia, informação que não foi confirmada pelo secretário de Segurança Pública de Goiás. Os três homens baleados foram levados a um hospital. Dois encontram-se em estado grave.

Domingo, dia 13 de junho: Lázaro invade uma casa por volta das 15h. A residência estaria vazia naquele momento. O criminoso teria roubado um carro Corsa vermelho. Aproximadamente às 18h30, o veículo teria sido abandonado em uma rodovia, a 30 quilômetros da residência invadida mais cedo. Acredita-se que Lázaro tenha avistado um bloqueio policial e decidiu fugir para o mato. Dentro do carro, a polícia encontrou um carregador de munição. De acordo com a Polícia Militar de Goiás, o suspeito teria chegado a trocar tiros com a polícia antes de fugir para um matagal.

Segunda-feira, dia 14 de junho: Lázaro troca tiros com um fazendeiro na região de Edilândia. Policiais civis e militares fecham o cerco, mas não efetuam a prisão do suspeito. Foi levantada a hipótese de o autor da chacina ter ficado ferido.

Terça-feira, dia 15 de junho: Uma família é feita refém por Lázaro na zona rural de Edilândia. Segundo Rodney Miranda, secretário de Segurança Pública de Goiás, ele utilizou o mesmo modus operandi e levou o casal dono da propriedade e a filha adolescente deles para a beira de um rio. A menina conseguiu, porém, mandar uma mensagem para o celular de um policial que visitou a casa das vítimas no dia anterior. As equipes foram até o local e houve confronto com o criminoso. Os reféns foram salvos, mas um policial acabou sendo baleado de raspão. Ele recebeu atendimento e passa bem. Lázaro conseguiu fugir.

Fonte: Extra Notícias