Figueiredo afirma que município de Cuiabá se recusou a receber medicamentos do Kit Covid

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O secretário de Estado de Saúde Gilberto Figueiredo afirmou que o município de Cuiabá se recusou a receber medicamentos do ‘Kit Covid’, alegando que não precisariam dos insumos. Segundo ele, alguns destes remédios ainda estão na centra de distribuição, e agora serão enviados para outros municípios do estado.

“[Para] os medicamentos que estão sendo utilizados no Kit Covid o protocolo foi aprovado, em conjunto com o Conselho Regional de Medicina, com a Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa e com o COE, que é o Comitê de Operações de Emergência para Covid. O Governo do Estado fez uma aquisição robusta de remédios para 141 municípios, pactuou com o Conasems, que é o Conselho Nacional de Secretários de Saúde, uma distribuição para todos os municípios, proporcional à sua população, na proporção de algo em torno de 8% da população. Os medicamentos que eram para ser consumidos pelo município de Cuiabá nas Unidades Básicas de Saúde, muitos deles ainda estão na nossa central de distribuição, e tem um ofício dizendo que parte deles vão receber, e parte eles não precisam e não querem receber. Não deram justificativa do porquê”, declarou Gilberto.

O secretário continuou fazendo críticas à gestão municipal, e disse que depois que foi instalado o Centro de Triagem na Arena Pantanal, o município se ‘acomodou’. “A partir do momento em que nós criamos o Centro de Triagem, praticamente parece que a Prefeitura se sentiu muito confortável em paralisar os atendimentos nas unidades de saúde. Você procura uma unidade básica de saúde que era para estar fazendo esse atendimento, eles mandam você ir para a Arena Pantanal. Quer dizer, isso é uma coisa que não deveria acontecer. Mas nós estamos fazendo a nossa parte”.

Por fim, Figueiredo ainda lembrou da falta de parceria da Prefeitura para que seja realizado o censo epidemiológico da Covid-19. “Infelizmente é público e notório que aqui em Cuiabá não há uma convergência entre poder municipal e governo do Estado para tratar com o respeito que a população merece. Nós fizemos um censo epidemiológico em dez municípios. No dia de começar o censo, Cuiabá mandou um ofício dizendo que não ia poder fazer os testes previstos para a capital por causa da umidade relativa do ar, uma série de deficiências absurdas. Os outros nove municípios fizeram. Nós também assumimos essa função, fizemos mais de 800 testes para finalizar esse trabalho que vamos divulgar na próxima semana”, disse.

Outro lado

A assessoria de imprensa da Prefeitura de Cuiabá afirmou que mantém o Centro de Referência para a COVID na Atenção Básica no bairro Dom Aquino. Além disso, o secretário adjunto de Assistência em Saúde, Luiz Gustavo Raboni Palma, afirmou: “as unidades que divulgamos que estavam atendendo pacientes de Covid na Atenção Básica continuam atendendo normalmente. Além de UPAs e Policlínicas”.

Em relação ao censo epidemiológico, ela já tinha enviado nota, em outra ocasião:

Sobre a realização do Inquérito Soro imunológico, a Secretaria Municipal de Saúde – SMS informa:

– A SMS conversou com todas as áreas técnicas operacionalmente envolvidas, que reconheceram a relevância do trabalho para a população do estado de Mato Grosso, mas elencaram alguns pontos que impossibilitaram a realização da ação pelas equipes da capital. São eles:

•             Deficiência de pessoal para cumprir o cronograma proposto;
•          Deslocamento de técnicos para realizar o aludido inquérito, em detrimento de suas atividades de atenção aos pacientes da rotina;
•             A logística de composição das equipes para essa nova atividade;
•             As condições climáticas de temperatura, umidade relativa do ar e qualidade do ar, absolutamente insalubres;
•             A sobrecarga das equipes de enfermagem nas unidades para enfrentamento a COVID-19.

– Em respeito ao exaustivo trabalho realizado pelas equipes do município na rotina de enfrentamento à COVID-19, a SMS enviou à Secretaria Estadual de Saúde um documento informando a impossibilidade de adesão do município de Cuiabá ao referido inquérito nesse momento. O documento sugere que este trabalho seja realizado em uma outra oportunidade, na qual os profissionais estejam em condições de serem redirecionados para essa atividade de campo, com menos riscos de danos à saúde do trabalhador, contribuindo para melhores resultados.

Em relação aos medicamentos, a assessoria também enviou nota:

A Secretaria Municipal de Saúde de Cuiabá informa:

-Devido à morosidade na aquisição e distribuição dos medicamentos para Atenção Primária de Saúde-COVID-19 por parte Secretaria de Estado de Saúde, a Secretaria Municipal de Saúde – SMS precisou adquirir os medicamentos em pleno pico da pandemia para garantir os remédios à população.

-A Secretaria de Estado de Saúde só agora disponibilizou os medicamentos Azitromicina, Dipirona e Ivermectina. Nesse sentido, a Secretaria Municipal de Saúde, ao consultar o estoque de medicamentos, constatou a necessidade de 61.255 comprimidos de Azitromicina 500Mg e 496.160 comprimidos de Dipirona 500Mg.

-Em relação à Ivermectina, a SMS possui em estoque 529.000 comprimidos, sendo que no último mês foram dispensados apenas 7.000 e no auge da pandemia em junho foram dispensados 30.000. Sendo assim não há necessidade desta medicação fornecida pela Secretaria de Estado de Saúde, uma vez que, com a morosidade do Estado em distribuir os medicamentos, o município já tinha comprado em grande escala.

-A mesma situação ocorreu com o medicamento BENZILPENICILINA BENZATINA 1.200.000 UI (Programa Sífilis) COM VENCIMENTO EM 18/01/2021 que a SES disponibilizou, sendo que a Secretaria Municipal de Saúde tem em estoque este medicamento para fornecer à população para os próximos 10 meses. Desta maneira, a Secretaria de Estado de Saúde poderá repassar para outros municípios que podem estar precisando.

Fonte: Olhar Direto