Uma família de Mato Grosso tomou a decisão de doar o rim de um paciente que teve confirmada a morte cerebral, em um hospital particular do estado, para salvar uma criança de Goiás, que precisa de transplante do órgão. O processo de captação foi realizado pela Central Estadual de Transplantes da Secretaria de Estado de Saúde (SES), a primeira efetivada neste ano por meio da equipe estadual.
A partir de então, a equipe da Central esteve envolvida na realização de todos os exames estabelecidos pelo protocolo para a conclusão do diagnóstico de morte encefálica, condição primária para doação de órgãos. A morte encefálica foi confirmada e a família, em um gesto nobre, autorizou a doação do órgão.
O órgão seguiu para uma paciente de Goiás que estava cadastrada em fila no Sistema Nacional de Transplante (SNT), à espera de um transplante.
“A Secretaria, por meio da Central Estadual de Transplantes, agradece e parabeniza o empenho de todos os envolvidos. À família doadora, nossos mais profundos sentimentos de gratidão e respeito. Através desse gesto nobre, uma criança terá nova condição de vida e com ela uma família inteira deixará de sofrer a partir desta doação”, diz a superintendente de Regulação em Saúde da SES, Dúbia Beatriz Oliveira.
A SES tem investido na reestruturação da Central Estadual de Transplantes com ampliação da equipe, implantação da Comissão intra-hospitalar de doação de órgãos e tecidos para transplante e capacitação dos profissionais médicos dos hospitais públicos e privados da capital e interior. Essas ações visam à ampliação do número de captações de órgãos nos próximos meses.
O secretário Estadual de Saúde, Gilberto Figueiredo, enfatiza a importância do serviço realizado pelas equipes do Estado e reforça que, sem a conscientização da família do ente falecido, seria impossível proporcionar chance de vida a outra pessoa.
“É imprescindível a conscientização da população na hora de tomar a decisão pela doação de órgãos. Para darmos continuidade a esse serviço, que ficou paralisado devido à pandemia pela Covid-19, e ofertarmos uma chance de vida à quem espera por um órgão, contamos com a solidariedade dos familiares. Fica o nosso apelo para que, ainda em vida, as pessoas conversem sobre este assunto com amigos e familiares, sinalizando o interesse em ser um doador”, destaca o secretário.
A coordenadora da Central Estadual de Transplantes, Daniely Beatrice, pontua sobre a importância da retomada de captação de órgãos no Estado. Ela explica que a Central auxilia durante todo o processo de captação com objetivo de deixá-lo amplamente conhecido por todos os hospitais do Estado.
“Por meio da captação de rim e outros órgãos, podemos ajudar no andamento da fila de espera nacional para transplantes. Por isso, é muito importante a população entender que somente a doação de órgãos faz a fila andar e mais pessoas poderem, dessa forma, receber o tão esperando transplante”, acrescenta a gestora.
Atualmente, os pacientes de Mato Grosso que precisam de transplante de rim e outros órgãos como fígado, pâncreas e coração são encaminhados pelo serviço de Tratamento Fora Domicílio do Sistema Único de Saúde (SUS) para serem transplantados em outros Estados. Os gastos com locomoção e uma ajuda de custo para estadia e alimentação do paciente são pagos pela SES.
O Estado realiza captação e transplante de córneas. Em 2021, já foram realizados 260 transplantes. Mato Grosso é o 4º Estado que mais realiza transplante de córneas no país. O Estado dispõe de um Banco de Olhos que possibilita a doação de córneas.
Transplante perdido
O mau tempo, provocado por uma frente fria, tirou a oportunidade para que Antonio Rogério Stefan conseguisse realizar transplante de órgãos na cidade de Curitiba (PR), em meados de outubro. Ele estava a caminho da capital paranaense, a bordo de uma aeronave do Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer), mas não havia condições para continuar o voo.
A aeronave precisou pousar em Presidente Prudente (SP), de onde não conseguiu decolar a tempo para Curitiba. Enquanto eles estavam em solo, os responsáveis do hospital paranaense informaram que não haveria tempo hábil, já que existe uma janela curta de tempo para que os órgãos sejam implantados.
“Confiamos que para Deus a tempo para todas as coisas e certamente ele irá preparar a oportunidade para que esse paciente consiga seu tão sonhado transplante. Nos manteremos vigilantes e prontos para socorrer o nosso povo”, pontuou o Ciopaer em nota.
Fonte: Olhar Direto