Falta de chuva afeta turismo na região de Vila Bela e seca atrativos

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Não é só a população que sofre com o tempo seco e a falta de chuva nessa época do ano, o Cânion Jatobá, um dos maiores pontos turísticos de Mato Grosso, também sofre anualmente com a estiagem que afasta turistas da região.

Principal ponto turístico da primeira capital de Mato Grosso, o Cânion de Jatobá atrai milhares de turistas ao longo do ano para o município de Vila Bela da Santíssima Trindade (521 km a oeste de Cuiabá), devido a sua formação rochosa e sua água cristalina.

Condutor há 4 anos, o cuiabano Victor Leão, contou ao Gazeta Digital, que deixou a capital mato-grossense para viver mais perto da natureza. Ele explica que tinha familiares em Vila Bela, e após uma visita, se apaixonou pela cidade e nunca mais voltou.

“Eu sempre fui uma pessoa muito apaixonado pela natureza, me encontrei nesse lugar e decidi ficar. Hoje eu sou condutor”, conta.

Ele explica que anualmente o Cânion do Jatobá sofre com a questão da seca na região, fenômeno que faz com que a maioria dos pontos turísticos reduzam sua quantidade de água, ou até mesmo sequem.

“Relatos dos antigos, é de que o Cânion não chegava a secar, mas hoje ele chega a um ponto que nem pássaro consegue beber água la. Mas é uma temporada de 4 meses, que vai de julho a outubro, e logo que as chuvas retornam, ele preenche novamente”, explica.

O guia explica que como o Cânion é o ponto turístico mais visado da região, a cidade de Vila Bela fica mais visitada devido a ele. E essas visitas diminuem quando é período de baixa temporada.

“Por causa da questão da seca, nosso fluxo de turismo reduz cerca de 70%, o que causa um impacto bem drástico na região, principalmente que vive do turismo”, explica.

Ele explica que outros pontos atrativos continuam com água o suficiente para banho, como a Trilha da Poaia, a cachorreira do Capivari que não seca o ano todo, e a cachoeira dos Namorados que por mais que sua queda seque, o poço ainda possui água suficiente para banho.

Arquivo Pessoal

victor leao“Existem outros pontos de água corrente, mas eles não são abertos para visitação devido a áreas de conflito, ou que não foi reconhecido como um ponto turístico pela Secretaria de Turismo. Nós não podemos denominar um ponto como turístico, só porque contém água, é necessário o reconhecimento do órgão competente’, conta.

Questionado sobre a razão desses pontos turísticos mais visitados secarem, o condutor explicou que as causas são meramente da natureza.

“Eu acredito que seja por questão da bacia, essa parte do Cânion e de outras cachoeiras mais frequentadas, possuem sua nascente um pouco mais alta, então o fluxo de água delas não consegue chegar até os pontos turísticos. A água que corre por dentro do cânion ela vem da cachoeira do Jatobá, e essa cachoeira nessa época do ano, fica um chuveiro, então a força da água não é o suficiente para percorrer 7km até o Cânion. A falta de chuva possui uma grande colaboração para essa situação nessa época do ano”, explica.

Mas não só de pontos turísticos da natureza sobrevive a cidade de Vila Bela da Santíssima Trindade, Victor conta que muitas pessoas visitam a cidade devido a sua questão histórica.

“Muitas pessoas vem para Vila Bela por causa desses atrativos turísticos, mas a cidade tem um potencial bem maior, que é o cultural, o patrimonio histórico, o rural. O município tem uma história muito rica, que precisa ser contata e valorizada por quem deseja passar por aqui”, finaliza. Fonte: Gazeta Digital