Estudo aponta os bairros com mais registros de violência contra a mulher

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Domingo à noite. Este é o dia e o horário com mais casos registrados de violência contra a mulher em Cuiabá, de acordo com o Anuário 2022 da Delegacia Especializada de Defesa da Mulher (DEDM) de Cuiabá, divulgado nesta segunda-feira (17.07). O estudo traz o relatório estatístico e análise dos atendimentos realizados pela unidade durante o ano passado. A análise mostra que  foram atendidas 6.081 mulheres pela Delegacia Especializada de Defesa da Mulher e o Plantão de Atendimento a Vítimas de Violência Doméstica e Sexual de Cuiabá.

Os três bairros com maior número absoluto de registros de violência doméstica são o Dom Aquino, Pedra 90 e Jardim Imperial, respectivamente. Na lista também estão, por ordem de registro: Centro Sul, Centro Norte, Grande Terceiro, Tijucal, Goiabeiras, Morada da Serra e Boa Esperança.

O estudo aponta também que o maior número de casos atendidos refere-se a fatos ocorridos no período noturno, compreendido entre 19h e 22h, que representam 18,3% do total de registros.

O documento descreve ainda o perfil das vítimas atendidas, número de ocorrências registradas de crimes de violência doméstica, bairros de maior incidência, perfil de agressores e atendimentos realizados.

Também é traçado o “Perfil Psicológico das Vítimas” que buscaram ajuda ou orientação, após sofrerem algum tipo de violência. O perfil é feito por meio de estudo realizado pela profissional que faz o acolhimento psicológico às mulheres atendidas na unidade policial.

O Anuário 2022 compreende ainda levantamentos de dados das ocorrências quanto aos dias da semana com maiores índices de registros, horário dos fatos de maior incidência, bairros contendo maior número de registros e outras informações quanto às vítimas que procuraram a Delegacia, como a idade, cor declarada, profissão, números de filhos da união com o autor, vínculo com o autor no momento do registro e outras peculiaridades.

Perfil dos autores

Além da análise das vítimas, o estudo traça o perfil do autor da violência doméstica, familiar e sexual, a partir das declarações da vítima, bem como o pós-atendimento que resulta em medidas protetivas, dispositivo eletrônico (botão do pânico), visitas domiciliares, entre outros.

A delegada titular da DEDM de Cuiabá, Jozirlethe Magalhães Criveletto, destaca a importância do documento, que está na sexta edição, como uma referência para o conhecimento sobre vítimas atendidas na Capital. Conforme ela, a produção do Anuário demonstra o comprometimento do trabalho desenvolvido pela delegacia para a efetividade das políticas de segurança em torno do enfrentamento da violência contra a mulher na Capital.

“O Anuário 2022 demonstra o quanto a Polícia Civil está engajada no combate à violência contra a mulher, e apresenta importantes dados, capazes de nortear ações e tomadas de decisões por parte dos poderes públicos”, pontua a delegada.

A metodologia utilizada seguiu os moldes anteriores, compreendendo estatísticas sobre a ocorrência registrada e as descrições fornecidas pela vítima, além do resultado das providências adotadas liminarmente após o pronto atendimento.

Números

Já em relação às ocorrências registradas, o mês de maior incidência de crimes de violência contra a mulher foi setembro, com 566 atendimentos, o que representou 9,3% do total de 2022. Março foi o segundo mês com 8,9% do total de ocorrências.

Domingo continua sendo o dia da semana com a maior parte dos registros, com 15,1 % das ocorrências. Em seguida vêm a segunda e a quarta-feira, ambos os dia com 14,7% das ocorrências.

Entre os crimes mais denunciados pelas vítimas, a ameaça ocupa o primeiro lugar das naturezas criminais, concentrando 24% dos registros, seguido de injúria com 17,9%.

Fonte: PNB