Dia do trabalhador: Precisamos falar sobre a saúde mental dos profissionais da Segurança Pública

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Por: Emanuel Pinheiro Neto

A pandemia do Coronavírus mostrou ao mundo a força que um inimigo invisível pode ter e trouxe à tona muitas de nossas falhas enquanto sociedade. Hoje, quero traçar um paralelo entre o momento que vivemos e uma realidade enfrentada pelos profissionais da segurança pública , que devido à natureza de suas atividades, sempre estiveram na linha de frente de atendimento à população.

Quando penso nos homens e mulheres que atuam nas carreiras de segurança pública, a fragilidade não é nem de longe uma característica que me vem à mente. Imagino que para você também não.

O que nós, por vezes, acabamos esquecendo, é que por trás de cada farda existe uma pessoa de carne e osso, com problemas e dilemas similares aos nossos e que, além de tudo isso, enfrenta diariamente a violenta realidade do Brasil em seus diferentes níveis de complexidade.

Qual é a origem das questões de saúde mental dos profissionais da Segurança Pública?

Esses profissionais trabalham para garantir comida na mesa de suas casas e também atuam para que você e eu tenhamos condições de buscar nosso sustento em segurança. Você já parou para pensar sobre isso?

Pois é, e no meio desse caminho eles acabam esbarrando em outros inimigos invisíveis: as doenças que afetam a saúde mental e interferem diretamente em sua qualidade de vida e rendimento profissional, como é o caso da depressão, da ansiedade, síndrome de Burnout etc.

Com todo o estresse gerado pelas atividades da área de segurança pública, muitos profissionais chegam a exaustão emocional causada pela sobrecarga física e mental desenvolvida por um ambiente de trabalho muitas vezes hostil.

Quando observamos os números, fica ainda mais claro que precisamos direcionar nossos esforços para a promoção de políticas de cuidado e conscientização sobre as doenças mentais que acometem a toda essa classe de profissionais.

Veja algumas estatísticas:

      • O número de policiais que cometeram suicídio em 2018 (104), por exemplo, superou o número dos mortos em confrontos de ruas (87).
      • A taxa média de suicídios no total da população é de 5,7 por 1000 mil habitantes, já entre os policiais, a taxa vai para 23,9.
      • Enquanto a taxa mundial de suicídios caiu 9,8% entre 2010 e 2016, segundo a OMS, a taxa brasileira cresceu 28,55%.

Trabalho da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado em para a promoção de ações de saúde mental

Na sessão do dia 28 de abril, reforcei este compromisso com o apoio dos membros da comissão e vamos trabalhar para que, até o final deste ano, possamos garantir a aprovação de medidas efetivas de conscientização e tratamento de questões ligadas à promoção da saúde mental entre os profissionais da Segurança Pública.Com base nos dados e relatos que ouvimos sistematicamente na Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado, aproveitamos a data simbólica do Dia do Trabalhador e faremos uma semana de debates e ações voltadas aos projetos sobre o tema, que já estejam na CSPCCO.

Não podemos perder uma vida sequer por falta da oferta de tratamentos e cuidados tão importantes para esses trabalhadores vitais para o nosso país.

Acompanhe o andamento dessa e de outras iniciativas em minhas redes sociais.

Veja vídeo:

Emanuel Pinheiro Neto é deputado federal por Mato Grosso e presidente da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara dos Deputados