Desistir do VLT pode custar R$ 1 bilhão a Mato Grosso

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O Estado poderá ter que devolver mais de R$ 1 bilhão à União caso decida desistir de construir o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) entre Cuiabá e Várzea Grande para adotar outro modal. A afirmação é do senador Welington Fagundes (PL), ao comentar os trabalhos da bancada federal em Brasília na busca do entendimento em instituições financeiras e órgãos vinculados ao Ministério do Desenvolvimento Regional.

“A União é o agente financiador, através da Caixa. Qual modelo e se vai dar continuidade, Mauro Mendes que irá propor. Se o governo quiser mudar para outro sistema, o Estado terá que devolver o dinheiro que já foi aplicado. Isso seria um complicador enorme”, disse Fagundes, ressaltando que o valor a ser devolvido ainda sofrerá correção monetária para valores atuais, o que pode aumentar ainda mais a conta.

O senador também garantiu que o ministério tem assegurado quase R$ 300 milhões para a retomada das obras do VLT em Mato Grosso e não descartou a possibilidade de aportar novos valores ao montante para garantir a conclusão da obra.  No entanto, a decisão sobre a retomada da obra cabe exclusivamente ao governador Mauro Mendes (DEM).

“O ministério tem quase 300 milhões de reais disponíveis para a conclusão do VLT. A possibilidade de conseguir mais recursos também é possível. O mais sensato seria dar continuidade à obra. Tem que concluir. Não precisa nem ser o projeto original, pode diminuir o trajeto e adequar”, explicou Fagundes.

Na avaliação do senador, os planos de equilíbrio financeiro do governo de Mato Grosso poderão sofrer prejuízos com a possibilidade de substituição do VLT pelo BRT (sigla norte-americana para Transporte Rápido por Ônibus). Para Welington, o Estado não tem alternativa a não ser o VLT.

Desde que iniciou a conversa sobre a retomada do VLT, o governo criou um grupo de estudos e de avaliação da obra e, recentemente, contratou consultoria da empresa Oficina Engenheiros Associados para rever o projeto de viabilidade do VLT. Ao todo, o Executivo pagará quase R$ 500 mil pelo serviço, que ainda incluirá análise da viabilidade de implantação do BRT.

RESUMO DA NOVELA

O VLT faz parte do pacote de mobilidade urbana pensado para a capital Cuiabá quando esta foi escolhida uma das sedes da Copa do Mundo 2014. Programado para ser inaugurado antes do Mundial, até hoje o modal não se tornou realidade.

Esquemas de corrupção, ineficiência do governo e de empresas resultaram numa obra começada, mas não concluída, com os esqueletos a céu aberto nas duas maiores cidades do estado, Cuiabá e Várzea Grande.

Na gestão passada, o ex-governador Pedro Taques afirmou várias vezes que retomaria as obras do VLT, suspensas desde a gestão Silval Barbosa. Quatro anos se passaram e o tucano não conseguiu pôr em prática.

Agora, com sua chegada ao poder, Mauro Mendes afirmou que daria um rumo ao projeto viável aos interesses do Estado e da população. O GT foi criado em julho e deveria ter concluído seu papel neste mês de novembro, mas, devido à quantidade de demandas, acabou tendo seu prazo prorrogado.

Fonte: O Estado de Mato Grosso