Defesa alega ‘tolerância’ do MPE e pede acesso as mídias da família do namorado da menor que matou Isabele

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Defesa dos pais da menor acusada de matar Isabele Guimarães Ramos está questionando a ‘tolerância’ do Ministério Público Estadual com o menor de 16 anos, namorado da acusada na época do crime, responsável por levar armas de fogo até a casa dela no dia da morte de Isabele. Uma das armas foi usada para matar a menina. Por isso, requereu uma série de perícias nas armas, celular e imagens em que envolve o menor e sua família.

 

A mesma benevolência é questionada com relação à autuação dos pais do menino. “E o pai, agraciado com a transação penal decorrente da imputação de crime menos grave que o cometido”, destaca o advogado Arthur Osti em resposta às acusações recebidas pelo casal Cestari de homicídio culposo, posse ilegal de arma de fogo, entregar arma de fogo para menor, fraude processual e corrupção de menores.

 

Diante dos argumentos, a defesa solicitou uma nova produção de provas com objetivo do ‘esclarecimento da verdade, até aqui bastante alterada pela seletividade dos trabalhos feitos na fase inquisitorial como também pela alteração da verdadeira dinâmica dos fatos levada a efeito pelo menor’, diz trecho do documento que o Gazeta Digital teve acesso.

 

Entre os pedidos de perícia eletrônica, de balísticas e de DNA nos cartuchos, Osti solicita que seja determinada pelo menor e pelo seu genitor, Glauco Fernando Mesquita Corrêa da Costa, a apresentação de todas as mídias do circuito interno de imagens da casa deles gravadas no dia 12 de julho, dia da morte de Isabele.

 

Pede ainda o resultado da perícia feita no celular do menor, que teve como objetivo recuperar mensagens e fotos apagadas por ele. Osti pediu ainda que a empresa Instagram seja oficializada, com objetivo de verificar algumas publicações do menor dentro de um quarto de segurança que existe na casa dele.

 

A empresa WhatsApp também foi citada. O advogado quer a relação de ligações recebidas pelo menor no dia do crime. Ele quer saber se o menino recebeu ligação dos pais durante o período em que esteve na casa da namorada. Há ainda o questionamento sobre mensagens recebidas e enviadas, fotos, áudios entre eles. A Claro S.A. deve receber o mesmo oficio.

Fotos com armas

Imagens da menor acusada manuseando arma de fogo dentro de casa vieram a público e ganharam destaque na imprensa. Fato foi usado pelo promotor Milton Pereira Merquiades na denúncia ofertada pelo MPE. No entendimento do promotor, entregar arma de fogo para a filha de 14 anos, na época dos fatos, configurou corrupção de menor.

 

As imagens foram gravadas pela mãe dela e demonstra que ela estava ‘reincidindo no erro’. Por isso, Osti anexou no documento uma série de fotos do menor utilizando as armas de fogo dentro de casa.

 

O objetivo é confrontar o motivo dos pais dele não terem sido indiciados pelos mesmos crimes que o casal Cestari. Em uma das imagens, ele aparece com armas na cintura, em punho, além de outro no meio dos materiais escolares. O processo está correndo em sigilo.

Fonte: Gazeta Digital