O arquiteto cuiabano Wesley Stiz, de 25 anos, passou por apuros em São Paulo, no domingo (16), ao ter o voo cancelado pela empresa aérea Latam. Sem orçamento para prolongar a viagem e sem perspectiva para uma nova data, o rapaz precisou voltar de carona para Cuiabá.
De acordo com Wesley, a empresa não lhe ofereceu nenhum tipo de assistência, a não ser o reembolso da passagem. O valor, no entanto, seria insuficiente para arcar com a compra de qualquer outra passagem, seja de avião em outra companhia ou ônibus, uma vez que adquiriu as suas por um valor promocional – R$ 260, ida e volta.
“Eles não ofereceram nenhum tipo de suporte, mesmo eu estando em outra cidade. A única coisa que me ofereceram foi o reembolso”, explicou o arquiteto, que passou cerca de 20 minutos na linha para conseguir falar com uma atendente.
“Foi descaso, frio e calculista, vamos dizer assim. ‘Não tem voo, não tem o que a gente possa fazer, se quiser o reembolso a gente manda’. Essa foi a minha experiência”, desabafou.
Outra moradora de Cuiabá, a advogada e terapeuta Herlen Koch, de 42 anos, passou pelo mesmo drama. As férias com o filho de 9 anos, programadas com um ano de antecedência se tornaram um verdadeiro pesadelo.
Assim como Wesley, Herlen recebeu horas antes do embarque uma mensagem notificando o cancelamento. Ela, no entanto, já estava de malas prontas para decolar no voo que sairia de Guarulhos, às 7h15, com toda uma logística programada para que não houvesse atraso.
“A gente fez o agendamento da viagem com muito tempo de antecedência, preparação, pagamento… Tudo devidamente correto. Se a gente fez com antecedência, gostaríamos de respeito como consumidores”, afirmou Herlen.
Somado a todo o transtorno e prejuízos que envolvem um voo cancelado, a advogada ainda precisou socorrer o filho, que passou mal com a notícia.
“Ele é uma criança mais sensível, quando ouviu que a gente não ia conseguir viajar, que o voo estava cancelado, passou mal, teve uma crise de ansiedade. Foi horrível!”, contou
Para a advogada, o pior foi a falta de retorno da companhia, com quem ela não conseguia contato. “Nesse desespero psicológico, a coisa foi virando uma bola de neve gigante, porque a pressão é muito grande quando não tem o retorno da outra parte”.
Herlen e o filho viraram a madrugada e amanheceram no Aeroporto de Guarulhos. Para a surpresa dela, o terminal estava lotado, cerca de 550 pessoas com voos cancelados.
Herlen precisou ficar horas na fila para finalmente ser atendida. “Ficar 4 horas em pé com um acriança, não podendo sair da fila, você estava perdida, não foi fácil”, disse. Com muita persistência ela conseguiu ter sua viagem remanejada para o final da noite daquele dia.
Diferente de Wesley, depois de muito insistir a advogada recebeu almoço, jantar e um quarto de hotel pagos pela empresa.
A volta para casa
Wesley e o companheiro conseguiram uma carona para voltar para casa e ainda estão a caminho de Cuiabá. Herlen conseguiu chegar em casa às 2h30 da madrugada de segunda (17).
Antes disso, o grupo cotou outros meios para retornar para a Capital mato-grossense. Conforme as cotações feitas, passagens em outras companhias aéreas feitas de última hora estavam entre R$ 3 mil e R$ 5 mil por pessoas.
De ônibus, o custo também seria elevado e a viagem duraria aproximadamente 48 horas.
Já para alugar um carro e dirigir de São Paulo a Cuiabá, apenas o aluguel do veículo, sem incluir gasolina ou pedágios, o valor saía por aproximadamente R$2,6 mil.
Outro lado
A reportagem entrou em contato com a empresa aérea Latam, que afirmou que verifica a situação. Até o fechamento da matéria não houve retorno.
Fonte: Midianews