O período de chuvas começou em Cuiabá e, com isso, algumas espécies de animais passam a se proliferar de forma mais intensa. É o caso do besouro da espécie Neoaulacoryssus speciosus. De acordo com Adriana Gaíva Mattos Dalloglio, bióloga do setor de endemias e animais sinantrópicos da Unidade de Vigilância em Zoonoses (UVZ), é normal essa incidência maior nesta época do ano.
“Estes besouros são atraídos pela luz durante a noite e, de dia, se abrigam em locais escuros e úmidos. Como se alimentam de outros insetos menores, que também são atraídos pela luz, são considerados predadores e devem ser preservados”, afirma.
A servidora afirma que as informações em relação ao animal foram verificadas junto ao professor doutor do Instituto de Biociências da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Fernando Vaz-de-Mello, que é entomólogo (profissional que trabalha com identificação de insetos) e é responsável pelo maior acervo do Estado e um dos maiores acervos de besouros da América Latina. Com base nisso, as orientações são repassadas à população pelos agentes de combate a endemias no trabalho de campo e também por telefone, quando a UVZ é acionada pelos usuários.
Conforme os profissionais, o besouro não é venenoso e nem transmite doenças aos seres humanos. No entanto, se apertado contra uma superfície, libera um líquido quente e de forte odor, podendo provocar queimação em peles mais sensíveis ou manchar a pele e/ou tecidos.
Cuidados a serem tomados
Adriana Gaíva orienta que as pessoas evitem manter lâmpadas acesas, na parte externa e interna das residências e evitem o contato com o besouro, devido ao risco de queimadura, que, dependendo da gravidade, pode necessitar de uma avaliação médica.
A profissional destaca ainda a importância de se conhecer a biologia para saber como lidar com os animais. “É importante a preservação de seus predadores naturais como sapos e lagartos. É muito comum as pessoas jogarem sal nos sapos, matarem lagartixas, e estes são os principais predadores urbanos”, afirma. Ao invés de interferir no equilíbrio ecológico, a orientação aos moradores é a instalação de barreiras físicas, como veda-portas sob medida nas soleiras das portas externas e a instalação de telas nas janelas, para evitar a entrada de insetos de modo geral e de outros animais alados.
Fonte: Estadão de MT