Em meio à pandemia causada pelo novo coronavírus, o grande crescimento no número de casos de dengue em Mato Grosso no primeiro quadrimestre deste ano acende o alerta para o perigo do estado viver o enfrentamento de duas epidemias simultâneas. Apesar de muito menos letal do que a Covid-19, a doença transmitida pelo mosquito aedes aegypti tem alta incidência e exige esforços de autoridades de saúde, hoje pressionadas pela pandemia.
Segundo dados divulgados pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-MT), no acumulado de janeiro a abril de 2020 houve 26.500 casos da dengue, um aumento de 384% em comparação ao número registrado no mesmo período do ano passado: 6.886 casos. Junto a Mato Grosso do Sul, Paraná, Acre e Distrito Federal, Mato Grosso está na lista de estados em situação de alerta, de acordo o Ministério da Saúde. Isso porque a incidência acumulada é superior a 300 casos a cada 100 mil habitantes, o que é considerado alto pelos especialistas.
Em Mato Grosso foi registrada uma incidência acumulada de 540,9 casos/100 mil habitantes e 43 (30,5%) municípios apresentam incidência acima de 500 casos/100 mil habitantes. Este é o caso de Rondonópolis, com incidência de 522,7 e do caso mais grave, Sinop com a incidência de 4.650,6/100 mil habitantes. Até o final de abril, foram confirmados 13 óbitos e um permanecia em investigação.
De acordo com o último boletim informativo divulgado pela SES nesta segunda-feira (04), havia 344 casos confirmados de Covid-19 no estado e a mesma quantidade de mortos pela dengue, 13 ao todo. Neste caso, viver uma espécie de epidemia cruzada torna-se ainda mais difícil pela semelhança entre alguns dos sintomas das duas doenças e pela sobrecarga que esse cenário representa para o Sistema Único de Saúde (SUS).
Os municípios com os índices em Mato Grosso já estão seguindo um plano de contingência para dengue, chikungunya e zika. Segundo o Governo, essas cidades contam com profissionais da saúde que receberam capacitação para classificação de risco e médicos capacitados para o manejo clínico de dengue, zika e chikungunya. De acordo com Tatiana Helena, superintendente de Vigilância em Saúde da (SES-MT), mesmo em meio à pandemia da Covid-19, os municípios estão orientados dar a atenção organizada para atender aos casos de dengue.
De qualquer maneira, a contribuição da população é apontada por autoridades sanitárias como muito importantes. Medidas como o isolamento social e o combate aos criadouros do mosquito se apresentam como as mais efetivas no combate a estas doenças. Reduzir a transmissão em ambos os cenários é a medida ideal e incentivada pelo Organização Mundial da Saúde.
Sintomas semelhantes
Ambas as doenças são causadas por vírus e em casos mais leves, podem ser confundidas com um gripe convencional, com dor de cabeça e febre. Por terem sintomas relativamente similares, como perda de paladar, dor no corpo e cansaço, é preciso atenção para saber diferenciá-las. No caso da Covid-19, sinais respiratórios como tosse e falta de ar podem ajudar na distinção.
Fonte: PNB Online