Casos de Covid-19 aumentam e acendem alerta para festas de fim de ano

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Após nove meses da pandemia da Covid-19, Mato Grosso apresenta a sétima taxa de incidência de casos e a quinta taxa de mortalidade do país, em decorrência da doença provocada pelo coronavírus.

Em uma semana, entre 22 a 28 de novembro, o Estado registrou crescimento de 29% no número de infectados e 10% de óbitos.

O aumento acende o alerta para festas de fim de ano.

Os dados fazem parte do mais recente boletim epidemiológico divulgado pelo Ministério da Saúde.

O relatório mostra que o país teve incremento de 17% no número de novos casos da doença durante a semana analisada.

Contudo, o aumento pode ser explicado devido as instabilidades enfrentadas nos sistemas do órgão federal nas últimas semanas, o que pode ter causado represamento das notificações feitas pelos estados e municípios.

Comparado apenas aos estados localizados na região centro-oeste, Mato Grosso tem a segunda maior taxa de incidência com 4.520,1 casos por 100 mil habitantes e 116,8 mortes/100 mil pessoas.

Depois, vem Goiás com 3.972,6 infectados/100 mil e 90,4 vítimas fatais/100 mil e Mato Grosso do Sul com 3.512,3 casos/100 mil e 63,2 óbitos/100 mil indivíduos.

O Distrito Federal tem o maior valor de incidência e mortalidade da região (7.564 casos/100 mil hab. e 130 óbitos/100 mil hab., respectivamente).

Além de Mato Grosso, também registraram aumento na semana o Amazonas, Pará, Santa Catarina, Rio Grande de Sul, Maranhão, Piauí, Minas Gerais, Ceará, Tocantins, Rondônia, Bahia, Pernambuco, Paraná, Alagoas, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, Amapá, Sergipe, Rio Grande do Norte e Distrito Federal.

A estabilização dos casos em relação à semana anterior ocorreu em Goiás, Acre e Espírito Santo.

Já no conjunto das unidades federadas do centro-oeste, observa-se aumento de 23% no número de casos novos da semana 48 (19.821) em relação à semana 47 (16.123). Além do Estado (29%), foi observado aumento no Mato Grosso do Sul (+45%) e Distrito Federal (+28%), e estabilização em Goiás (+1%). “Os municípios com maior número de novos registros de casos na SE 48 foram: Brasília (4.697), Campo Grande (3.532) e Cuiabá (1.450)”, frisa o boletim.

Quanto aos óbitos, foi verificado redução de 17% no número de novos registros de óbitos de 262 para 314, no mesmo período na região. “Foi observado redução em Goiás (-38%), e aumento em Mato Grosso do Sul (+30%), Distrito Federal (+18%) e Mato Grosso (+10%)”, destaca o Ministério da Saúde. Conforme o MS, até o período de análise dos dados, o Estado contabilizava 157.500 infectados e 4.071 moradores mato-grossenses perderam a luta para o coronavirus.

Durante a 21ª reunião extraordinária da Comissão de Saúde, Previdência e Assistência Social da Assembleia Legislativa (AL), na semana passada, o deputado Ludio Cabral (PT) alertou sobre essa elevação dos casos no Estado. “A preocupação que tínhamos sobre o aumento do número de casos da Covid em Mato Grosso está se confirmando. Estamos no meio da semana etimológica 49, que vai do dia 29 de novembro até o dia 5 de dezembro”, destacou.

Cabral observou que a curva epidêmica em nível estadual está atualmente muito elevada e preocupa drasticamente.

“O cenário da semana 48 (23 a 28 de novembro) demonstra que houve um grande aumento de casos por causa das campanhas eleitorais”, disse.

Para ele, a população não pode manter o comportamento que vem tendo, ou seja, sem uso de máscara e falta de distanciamento onde há aglomeração de pessoas e sugeriu precaução.

No país, o Ministério da Saúde recebeu a primeira notificação de um caso confirmado de Covid-19 em 26 de fevereiro.

Desde então, até o dia 28 de novembro de 2020 foram confirmados 6.290.272 casos e 172.561 óbitos pela doença.

Em nível nacional, taxa de incidência é de foi de 2.993,3 casos por 100 mil indivíduos, enquanto a taxa de mortalidade foi de 82,1 óbitos por 100 mil pessoas.

Com dados como estes, autoridades e médicos já começam a se manifestar pedindo que não haja aglomerações nas festas de fim de ano.

Em uma reunião virtual em Genebra, a líder técnica da Organização Mundial da Saúde (OMS) para Covid-19, Maria Van Kerkhove, alertou que “em algumas situações, a difícil decisão de não ter uma reunião familiar é a aposta mais segura”.

Para os especialistas, ainda não é momento de viagens e nem de se aglomerar em festas, como as Natal e de Réveillon.

VACINAÇÃO – Durante a divulgação do boletim, o secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo Medeiros, falou ainda sobre o papel do Programa Nacional de Imunizações (PNI) na campanha de vacinação contra a Covid-19.

Segundo ele, o Brasil conta com grande expertise na realização de campanhas de vacinação.

“Nosso país é formado por 27 unidades federadas, mais de 5 mil municípios e mais de 210 milhões de brasileiros. Para a campanha de vacinação contaremos com o PNI, que tem grande experiência em imunizar nossa população por décadas”, disse.

Na ocasião, o secretário destacou alguns pontos da vacina desejada: “que traga proteção contra a doença, tenha eficácia, tenha segurança, que seja capaz de fazer indução de memória imunológica”.

E completou que o objetivo fundamental da vacinação é redução a morbidade e mortalidade pela Covid-19, assim como a redução da transmissão da doença. Além disso, apresentou os critérios para definição dos grupos prioritários.

Fonte: Diário de Cuiabá