Botelho volta a cobrar participação dos ‘barões’, ao citar pessoas em Cuiabá à espera de ossos em açougue

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O deputado estadual e primeiro-secretário da Assembleia Legislativa, Eduardo Botelho (DEM) voltou a cobrar a participação dos ‘barões do agronegócio’, na ajuda à centenas de famílias em Mato Grosso que foram, duramente, impactadas pela pandemia da covid-19, muitas passando, literalmente, fome.

Ao apontar vídeo que viralizou nas redes sociais, mostrando moradores de Cuiabá, formando filas imensas na frente de um açougue, no bairro CPA 2, na semana passada, esperando pela doação de ‘ossinhos’.

Para Botelho, Mato Grosso como o maior produtor brasileiro de proteína animal, não precisa e, nem tampouco, pode conviver com cenas tão tristes como estas que acabaram sendo noticiadas em rede nacional como no Jornal Hoje, da Globo, e no Jornal da Record. Os chamados “ossinhos” são pequenos pedaços dos ossos com vestígios de carne resultantes do processo de desossa do boi.

A declaração de Botelho foi feita em entrevista nesta terça-feira(20), à Rádio Capital FM. Quando ainda afirmou que os pequenos produtores têm arregaçado as mangas e ajudado o governo, como tem feito a Assembleia Legislativa, com a devolução de parte de seu duodécimo ao Estado, para ajudar no enfrentamento à fome de inúmeras famílias que estão vivendo, hoje, em extrema pobreza no Estado.

Lembrando que muitos destes produtores que vem ajudando, fazem parte da Associação Brasileira dos Produtores de Soja. Ao explicar que, ao contrário, do que se imagina a Aprosoja não é uma instituição que resguarda os grandes ‘barões do agronegócio de Mato Grosso’. “Eu estou cobrando, nós estamos fazendo parcerias. Fizemos um chamamento para o Agro e muitos vieram participar. Mas o pequenos, porque a Aprosoja basicamente são os pequenos”.

Dizendo ainda que os grandes[os barões do agronegócio], conhecidos como os ‘brutelus’, ainda não teriam colocado a cara. “Estes grandes, conhecidos como os brutelus, ainda não vieram, não mostraram que querem participar. Como não passam fome não devem acreditar que ela exista no estado”.

“Nós passamos em rede nacional essa semana, depois do vídeo mostrando filas de pessoas esperando doação de ossos em um açougue, em Cuiabá. E aí vem os brutelus e dizem que não tem fome. Para eles não tem mesmo. Para eles que têm jatos, helicópteros à disposição. Que não visitam a periferia e não conhecem o que que é a pobreza. Estes ainda faltam aparecer, botar a cara e ajudar a população”.

Posicionamento do governador

Igualmente, o governador democrata Mauro Mendes se posicionou sobre as cenas tristes que viralizaram país afora, sobre a imensa fila de pessoas esperando a desossa, para poderem se alimentar com os restos de ossos.

Em conversa com jornalistas também nesta terça, no Palácio Paiaguás, o gestor estadual afirmou que tem feito o possível para garantir uma melhor qualidade de vida às famílias carentes do Estado. Ao apontar a ampliação do programa Ser Família Emergencial, que deve durar até o final de 2022, com um auxilio bimestral de R$ 200, com mais de 100 mil famílias cadastradas. E as milhares de cestas básicas que o Estado vem distribuindo às famílias carentes, como forma de aplacar um pouco desta triste realidade. Ao todo, estima-se que há mais de 130 mil famílias em Mato Grosso vivendo abaixo da linha da pobreza.

“Cenas como essa de distribuição de qualquer coisa, de alimento no Brasil, tem o tempo todo. Temos pessoas que precisam, sim, e o Governo está fazendo a sua parte, distribuindo cesta básica, fazendo transferência de renda, como nunca na história de Mato Grosso foi feita […] Mas é necessário lembrar que a responsabilidade da assistência social não é só do governo, mas também dos municípios e do governo federal”.

Fonte: O Bom da Notícia