O número de homicídios registrados na Grande Cuiabá em 2021 ficou abaixo do índice padrão considerado aceitável pela Organização das Nações Unidas (ONU). Ao todo foram 81 assassinatos, sendo 45 na Capital e 36 em Várzea-grandense.
Esse é considerado o melhor resultado dos últimos 14 anos, quando os dados passaram a ser contabilizados pela Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoas (DHPP).
De acordo com o delegado titular da DHPP, Fausto Freitas, a marca foi atingida graças a três fatores: a “repressão como forma de prevenção”; a utilização do setor de inteligência e o trabalho eficiente da delegacia. “A sociedade entende que o autor do homicídio vai ser responsabilizado e punido”, explicou.
O índice padrão considerado aceitável pela ONU é de 10 homicídios para cada 100 mil habitantes. A região metropolitana de Cuiabá atingiu a marca de 8,8 em 2021, ficando abaixo dos 10 pela primeira vez nos últimos 14 anos.
A título de comparação, em 2014 a Grande Cuiabá chegou a registrar 470 homicídios, o que representa mais de um assassinato por dia. Na comparação entre 2014 e 2021, a queda foi de 82%.
Segundo a Polícia Civil, se comparado ao nível nacional, essa queda foi muito mais significativa. No Brasil, a média para cada 100 mil habitantes tem sido de 30 homicídios, três vezes maior do que o considerado aceitável pela ONU.
“Se nós já estamos dentro do padrão da ONU, no comparativo com o Brasil os nossos números são ainda mais representativos”, afirmou o delegado.
O Núcleo de Pessoas Desaparecidas da DHPP também apresentou uma produtividade elevada. Dos 728 casos registrados de desaparecimento de pessoas, 658 foram encontradas, gerando um índice de localização de 90,38%.
Desmembrando os números
A região metropolitana tem uma população de total de 913.997, sendo 623.614 em Cuiabá e 290.383 em Várzea Grande.
Em 2020 Cuiabá registrou 82 homicídios. Já em 2021 foram 45, o que representa uma queda de 45% no período. O índice era de 13,2 homicídios para cada 100 mil habitantes e agora está em 7,2.
Várzea Grande também apresentou uma queda significativa e foi de 52 homicídios registrados em 2020 para 36 em 2021, o que representa uma queda de 30%. O índice, que era de 18 homicídios para cada 100 mil habitantes, agora é de 12,4.
Somando as duas cidades juntas, a queda foi de 39% no número de casos, uma vez que o índice era de 14,8 e foi para 8,8, ficando abaixo do que é considerado padrão.
Esse número inclui os casos de feminicídios consumados, que são investigados pela DHPP. No entanto, os crimes de latrocínio não entram nessa estatística, uma vez que são considerados pelo código penal como crimes ao patrimônio, sendo investigados pela Delegacia Especializada de Roubos e Furtos (DERF).
Veja os gráficos: