Adolescente não participa de reconstituição de crime por ter crises de ansiedade e estresse

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A adolescente, de 14 anos, suspeita de ter matado a amiga Isabele Guimarães Ramos, da mesma idade, com um tiro na cabeça, não participará da reconstituição do crime nesta terça-feira (18) por ser diagnosticada com crises de ansiedade e estresse. O atestado médico foi assinado pela psiquiatra da infância e adolescência Ana Cristina Gonçalves, nesta segunda-feira (17).

De acordo com a especialista, após o crime, em sua residência no condomínio de luxo Alphaville I, no bairro Jardim Itália, a adolescente apresentou sensação de sufocamento, como se sentisse apertada e não conseguia respirar. Isabele morreu no dia 12 de julho.

“Ao longo daquela semana a mesma sensação de sufocamento e angústia se repetiram, persistindo desde então com lembranças angustiantes do evento, crises de choro frequentes, dificuldade para conciliar o sono e sono fragmentado, redução do apetite, náuseas, mal-estar físico e cansaço”, diz trecho do atestado.

A especialista disse ainda que a menor teve dificuldades de retornar para a casa e não estaria frequentando as aulas, mesmo que de forma virtual, pois estaria dispersa e não conseguindo manter a atenção ou prazer em qualquer atividade.

Segundo o atestado, a adolescente iniciou tratamento de forma medicamentosa com o objetivo de amenizar os sintomas de ansiedade e melhorar a qualidade do sono, estando prevista sua reavaliação ainda esta semana.

“Recebeu diagnóstico de Reação Aguda ao Estresse na data do exame pelo fato dos sintomas estarem presentes há menos de 30 dias desde o evento estressor, já que períodos de evolução maior caracterizariam Transtorno de Estresse Pós-Traumático, situação possível de ocorrer dependendo da evolução e persistência dos sintomas nas próximas semanas”, pontua.

Para a especialista, por se tratar de uma adolescente com o cérebro ainda em desenvolvimento, eventos estressores de grande impacto como o ocorrido podem contribuir aumentando os riscos para o desenvolvimento de transtornos mentais e comportamentais.

“Em função de sua vulnerabilidade, no momento, recomendamos que não retorne à sua residência e não seja submetida a situação de simulação ou reconstituição dos fatos ocorridos na data do evento, o que poderia ser um gatilho de piora e reagudização de seu quadro clinico, podendo comprometer sua evolução, com prejuízos no seu desenvolvimento afetivo-emocional e social. Sendo assim, deve permanecer em acompanhamento com psiquiatra e psicólogo até que haja remissão dos sintomas relatados, não havendo ainda previsão de alta médica”, finaliza.

Reconstituição do crime 

A simulação dos fatos, segundo a Polícia Civil, é essencial para desvendar o que de fato aconteceu no dia da morte de Isabele. Depois da realização da reconstituição, os inquéritos policiais (IPs) abertos pelos delegados (Bassi e Kunze) deverão ser finalizados. Ainda não há uma sinalização de quais serão as posições das autoridades policiais em relação aos indiciamentos.

Assim que finalizado, os procedimentos administrativos (IPs) serão encaminhados ao Ministério Público de Mato Grosso (MPMT). O promotor do caso, Marcos Regenold, poderá denunciar a adolescente e o pai dela independentemente da investigação da Polícia Civil.

Fonte: Hipernotícias