Ex-servidora do órgão estadual disse que foi assediada por ele dentro da sala da presidência
O presidente do Indea (Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso), Marcos Catão Dornelas Vilaça, pediu exoneração do cargo nesta segunda-feira 08/01/2021.
Ele não resistiu à denúncia feita por uma ex-servidora, que o acusou de assédio sexual na sala da presidência.
O anúncio da exoneração foi feita pelo seu advogado, Francisco Faiad.
“Ele estava de férias. Assim que chegou hoje foi à Casa Civil e pediu a exoneração. Mas ele é servidor de carreira. Então segue trabalhando normalmente no Indea, só não irá mais ficar à frente do Instituto”, afirmou o advogado ao MidiaNews.
De acordo com Faiad, Vilaça ainda não foi informado se há algum procedimento administrativo em aberto no Governo do Estado para apurar os fatos.
“Em dezembro, quando já tínhamos conhecimento da denúncia, fizemos um requerimento à Corregedoria para que abrissem um procedimento e investigassem a conduta dele. Até hoje, não tivemos conhecimento de que nada tenha sido instaurado”, disse.
“Inclusive, desde dezembro que estamos tentando que ele seja ouvido na Delegacia da Mulher e tenha cópia de todos os autos, mas até hoje isso não ocorreu”, completou.
A acusação foi feita por uma ex-servidora do órgão, de 19 anos. O caso ocorreu em novembro de 2020, mas só veio à tona no último dia 11.
Na semana passada, o governador Mauro Mendes (DEM) afirmou que Vilaça prestaria esclarecimentos sobre o caso nesta semana e, somente então, ele tomaria alguma providência sobre o caso.
Acusação
A jovem registrou um boletim de ocorrência, onde afirmou que foi convidada a ser assessora de Vilaça quando ele assumiu o cargo de presidente.
A jovem relatou que executava atividades que não compreendiam suas funções como servidora e, no dia 12 de novembro do ano passado, ao entrar na sala para repor garrafas de água, passou a ser assediada pelo presidente.
A ex-servidora relatou que o presidente disse que “ela não precisava ficar de máscara [contra a Covid-19] na sala dele e, enquanto falava e olhando para a vítima, passou a massagear o pênis por cima da calça”.
A jovem disse, ainda, no documento que ficou quem “choque”, mas mesmo assim foi trabalhar no dia seguinte. Porém, ao contar a situação para seu pai, ele a orientou a pedir exoneração e registrar o B.O. A exoneração da jovem foi publicada no Diário Oficial um mês depois.
O presidente, por sua vez, negou a acusação. Ele disse que está com “a consciência limpa” e que sempre agiu com respeito.
Leia abaixo:
Para evitar maiores desgastes à instituição ao qual presto serviços há 27 anos, solicitei nesta segunda-feira (18.01) meu afastamento da presidência do Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso (INDEA-MT).
Dedicarei esforços em construir minha defesa e provar minha inocência em relação a esta situação levantada contra mim.
Confio nos órgãos de investigação e na Justiça, que certamente vão apurar e julgar os fatos de forma independente e imparcial.
Fonte: MidiaNews