Estado fecha ano com 70% das cidades com alto risco para dengue

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Faltando 10 dias para a virada do ano, Mato Grosso tem 99 (70,21%) dos 141 municípios mato-grossenses com alto risco de transmissão da dengue.

De acordo com a Secretaria de Estado Saúde, desde janeiro até o último dia 14 deste mês, foram registrados 27.904 casos prováveis e confirmadas 23 mortes em decorrência da doença. Há ainda quatro óbitos em investigação.

Comparado a 2022, as notificações deste ano representam uma redução de 20,1%. Contudo, o Estado tem alta taxa de incidência de dengue, com 782,2 casos por 100 mil habitantes.

Também o número de vítimas fatais supera o período anterior, com 21 óbitos.

Conforme levantamento epidemiológico da Saúde estadual, dentre as cidades com alto risco para a dengue, estão Tangará da Serra, com 1.072 casos em números absolutos (996 casos/100 mil pessoas); Rondonópolis, com 2.385 notificações (995,4/100 mil); e Sinop, com 518 registros (347,7/100 mil).

Em Cuiabá e Várzea Grande, o cenário epidemiológico aponta para risco médio de contaminação pela enfermidade.

Segundo os dados, Cuiabá contabiliza 1.342 notificações da enfermidade, o que representa uma incidência de 215,2 por 100 mil habitantes e um aumento de 72,5% em relação ao ano passado.

Já a vizinha Várzea Grande, tem 854 casos, com taxa de 294,1/100 mil e aumento de 248,6% dos casos no mesmo período.

O panorama estadual é ainda mais desafiador diante da estimativa pouco otimista do Ministério da Saúde, que, no início deste mês, alertou quanto à possibilidade de, em 2024, o número de infectados com a dengue deve aumentar em grande parte do Brasil.

O Centro-Oeste, região da qual Mato Grosso faz parte, deve encarar um cenário epidêmico.

A preocupação se dá frente a um cenário em que, pela primeira vez em muito tempo, os quatro sorotipos do vírus causador da doença (1, 2, 3 e 4) circulam no País e o El Niño eleva as temperaturas, criando um clima ideal para o mosquito vetor, o Aedes Aegypti, que também transmite a zika e chikungunya, se reproduzir cada vez mais.

Em relação a zika e chikungunya, o Estado apresenta baixo risco de contaminação, com 504 e 335 casos registrados respectivamente, neste ano.

Conforme a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel, o ano de 2023 foi realmente diferente.

“Tivemos essas mudanças ocasionadas pelo fenômeno do El Niño. E, depois de muito tempo, encontramos os quatro sorotipos (1, 2, 3 e 4) circulando ao mesmo tempo no Brasil, uma situação bem incomum”, completou.

De olho na situação, a pasta inaugurou a Sala Nacional de Arboviroses (SNA).

O ministério também anunciou um aporte de R$ 256 milhões a estados e municípios.

Ainda no final deste ano, uma parcela de R$ 111,5 milhões será liberada.

Para Mato Grosso, são 1,3 milhão, sendo para o Estado cerca de R$ 459 mil para ações de fortalecimento da vigilância e enfrentamento às arboviroses.

Serão destinados ainda mais de R$ 579 mil para Cuiabá, R$ 174,6 mil para Sinop e R$ 94,6 mil para Tangará da Serra.

Segundo o órgão federal, os recursos serão efetivados até o fim deste ano, em parcela única.

“O monitoramento do cenário dessas doenças no Brasil é uma ação constante da pasta, que está em alerta para o início do período de chuvas, quando o número de casos, tradicionalmente, começa a aumentar”, alertou.

Fonte: Diário de Cuiabá