A Polícia Civil de Mato Grosso investiga possível existência de outras vítimas do professor de geografia preso na última quinta-feira (14), acusado de estuprar e assediar sexualmente uma aluna dentro da sala de aula em uma escola, localizada no Bairro Jardim das Acácias, em Sorriso (420 km de Cuiabá). A informação é da delegada responsável pelo caso, Jéssica Assis.
À imprensa local, a delegada destacou o fato do educador ter atuado em ‘diversos’ colégios públicos e particulares do município, reforçando ainda mais a suspeita em torno da existência de outras vítimas de assédio.
“Nós temos informações extraoficiais de que existem mais vítimas. Ele é um sujeito que deu aula em muitos colégios públicos e particulares aqui em Sorriso, por isso é muito importante que se alguém souber de algum caso semelhante, venha até a delegacia para registrar um boletim de ocorrência para que a dosimetria da pena desse sujeito seja adequada e justa a quantidade de crimes que ele cometeu, porque certamente esse não foi um fato isolado e é muito importante que as pessoas entendam isso”, disse.
Na ocasião, Jéssica ainda comentou sobre a soltura do investigado. De acordo com a delegada, apesar do juiz homologar a prisão em flagrante do acusado, ele deve responder em liberdade provisória. A decisão foi dada após o jurista não encontrar ‘elementos suficientes’ para converter a prisão preventiva. Apesar disso, medidas cautelares foram determinadas em caráter punitivo.
“Ele foi submetido a audiência de custódia e o juiz plantonista homologou o flagrante por realmente haver indícios do cometimento do crime mas ele entendeu que não havia elementos para converter a prisão em flagrante para preventiva e determinou uma série de medidas cautelares. Dentre elas, a proibição do exercício de qualquer função pública que demande dessa aproximação com crianças e adolescentes, bem como a proibição de contato com as vítimas e testemunhas do caso”, contou.
O CASO
O suspeito foi preso em flagrante na tarde de quinta, acusado de estuprar e assediar sexualmente uma estudante dentro da sala de aula. A polícia recebeu registros que narram o comportamento criminoso do professor.
Segundo informações, o caso teria acontecido durante a apresentação de um trabalho. O professor pediu que a vítima, uma menina de 12 anos, se dirigisse até a lousa interativa para uma atividade e, nesse momento, ele passou a mão no corpo da vítima. Posteriormente, outras estudantes da turma mencionaram que o professor teria desenhado no quadro o corpo da aluna.
A estudante foi ouvida em escuta especializada com uma psicóloga, com anuência da mãe, e relatou a situação ocorrida na escola. Ela citou ainda outros episódios de assédio sexual por parte do suspeito, com toques inapropriados, aliciamento verbal e olhares lascivos.
Após o registro, a equipe do Núcleo de Atendimento à Mulher, Criança, Adolescente e Idoso da delegacia fez buscas para localizar o professor, que foi preso dentro da Secretaria de Educação do município.
Durante interrogatório, o professor negou os fatos e disse que a denúncia é um ‘complô’ das estudantes, por não terem sido bem avaliadas por ele. (HNT)
