Selma sobre supostas humilhações a Silval: “Qualquer um vê que é mentira”

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A ex-juíza Selma Arruda rebateu, em entrevista ao RepórterMT nesta segunda-feira (18), as acusações feitas pelo advogado criminalista Antônio Carlos de Almeida Castro, conhecido como “Kakay”, que numa entrevista afirmou que a então magistrada obrigou o ex-governador Silval Barbosa a ficar nu em uma sala, antes de prestar depoimentos na Justiça.

“Infelizmente tem gente que tem pouca inteligência e não percebe. Mas para as pessoas medianamente inteligentes, fica fácil ver que isso é uma mentira”, declarou Selma.

Enquanto juíza titular da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, Selma Arruda foi responsável em decretar a prisão do ex-governador, em setembro de 2015, por fraudes na concessão de incentivos fiscais, o que veio à tona com a Operação Sodoma.

Em declaração à página Mynews, Kakay disse que a decisão de Selma em obrigar o ex-governador a ficar nu antes dos depoimentos seria reflexo da arbitrariedade da magistrada, que se comparava ao juiz Sérgio Moro.

“Em Mato Grosso tinha uma juíza que falavam que era o Moro [Sérgio Moro] de saia. Ela foi cassada por corrupção em um ano. Eu sei, porque fui advogado de um governador do Estado e ela, antes de ouvi-lo, mandava ele para uma salinha e tirava a roupa dele para humilhá-lo, para quebrar a moral dele antes do depoimento”, afirmou Kakay.

Ao RepórterMT, Selma explicou que nunca viu o criminalista em sala de audiência antes. Além disso, questionou porque o advogado não tomou nenhuma atitude contra ela, se tal conduta realmente tivesse sido verídica.

“Eu não sei porque essa criatura resolveu colocar meu nome no meio das bobagens que ele falou. Ele se diz ser advogado do Silval, mas eu sinceramente nunca nem vi essa criatura na minha frente”, disse.

“Essa história de dizer que eu deixava a pessoa nua em uma sala antes da audiência, eu gostaria que ele, se fosse advogado, tivesse tomado alguma providência na época. Ele se diz tão poderoso, eficiente, que vai até de bermuda no STF, manda e desmanda, e aí vem com essa conversa anos depois?”, emendou.

Selma ainda destacou que não tinha qualquer contato com Silval antes das oitivas, que eram acompanhadas por toda a imprensa. “Ele era escoltado pelo sistema penitenciário e levado direto ao plenário. Não existia nenhuma ‘salinha'”, explicou.

Por fim, Selma destacou que se orgulha de sua carreira na magistratura, e que até hoje prefere ser comparada ao ex-juiz Sérgio Moro, do que ter recebido qualquer tipo de elogio de Kakay.

“Ele estava querendo ofender o Moro, lembrou de mim, né. Mas eu prefiro ser comparada ao Moro mil vezes, do que ser elogiada por um canalha desses. Com certeza, que se ele tivesse me elogiado, eu estaria preocupada. (…) Me orgulho do meu trabalho. Posso ter errado alguma vez, cometido alguma injustiça, porque sou humana, mas durante toda minha profissão tentei ser a mais correta possível.”

Fonte: Repórter MT